Nara, uma ‘leoa’ na defesa da liberdade, ganha merecida homenagem póstuma em premiação musical de mulheres


Lia de Itamaracá também é laureada na cerimônia programada para dezembro em São Paulo. ♫ OPINIÃO
♪ Ninguém podia com Nara Leão (19 de janeiro de 1942 – 7 de junho de 1989), como sentenciou o título de recente biografia da cantora capixaba morta há 35 anos.
Artista de personalidade forte, Nara foi leoa na defesa das liberdades políticas e individuais. Rompeu ruidosamente com a bossa nova, deu voz a compositores do morro, desafiou autoridades masculinas (inclusive no campo político, em plena ditadura), se reconciliou com a bossa nova e antecipou as tendências dos songbooks e dos discos com duetos – para citar somente algumas proezas da cantora ao longo de carreira que foi de 1961 a 1989.
Por isso, e por muito mais, Nara Leão merece a homenagem póstuma que lhe será prestada na oitava edição do WME Awards, premiação dedicada a reconhecer o talento de mulheres no mundo da música nas áreas artística, técnica, jornalística e de gestão empresarial.
Na mesma edição, o oitavo Women’s Music Event – idealizado em 2016 por por Claudia Assef e Monique Dardenne – vai celebrar a cantora e compositora pernambucana Lia de Itamaracá em cerimônia agendada para 19 de setembro, na cidade de São Paulo (SP), e prevista para ser transmitida ao vivo. Aos 80 anos, festejados em janeiro, Lia permanece com vigor em cena, sendo a principal voz da ciranda no Brasil.
É possível que Nara Leão tenha chegado a ouvir falar de Lia, cujo primeiro disco foi gravado em 1977. Mas provavelmente não chegou a conhecer a cirandeira por ter saído muito cedo de cena, aos 47 anos, antes da projeção nacional da colega de Itamaracá (PE).
De toda forma, a independência artística é o elo entre essas duas artistas que pavimentaram os próprios caminhos no universo da música brasileira com o canto livre de amarras estéticas. O que justifica a saudação simultânea na oitava edição do WME Awards.

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