Mesário morre durante votação em Itaguaí; família diz que homem infartou e houve demora no socorro


De acordo com a família de barman Edson Evangelista de Silva, de 44 anos, após ser socorrido, houve uma peregrinação atrás de médicos nas unidades de saúde da cidade. Um mesário que estava trabalhando no último domingo (6) de eleições morreu após passar mal dentro de um local de votação em Itaguaí, na Região Metropolitana do RJ. A família diz que ele infartou e o socorro demorou para chegar.
O barman Edson Evangelista de Silva, de 44 anos, chegou a tirar selfies trabalhando, voluntariamente, na seção eleitoral no Ciep Dulce, no bairro Chaperó. A família lembra que ele gostava de ser mesário, já que era a terceira vez que ele prestava serviço em prol da democracia.
De acordo com testemunhas, por volta das 15h, ele começou a passar mal. Inicialmente, Edson foi socorrido por colegas e eleitores.
O barman Edson Evangelista de Silva, de 44 anos, antes de enfartar e morrer
Reprodução/TV Globo
Familiares e testemunhas relataram que não tinha nenhuma ambulância na porta da escola.
Pedido de socorro e peregrinação por atendimento
Os eleitores que estavam na unidade de ensino disseram que pediram o apoio do carro do Tribunal regional Eleitoral (TRE), porém o socorro teria sido negado, porque o veículo não podia sair da unidade escolar.
Essas pessoas, então, recorreram a equipe da Guarda Municipal, que também não teria prestado ajuda. Segundo os parentes de Edson, os guardas só aceitaram socorrer o homem depois de muita insistência e tumulto.
Edson foi levado para o Posto de Saúde de Chaperó. Entretanto, quando chegaram no local foram informados que a unidade estava quase fechada e não tinha recursos e nem equipe médica para atendê-lo, já que não é uma unidade de emergência.
Depois de muita insistência, as duas pessoas que acompanhavam Edson pediram o apoio de socorristas que estavam em uma ambulância parada.
Edson foi levado para o Hospital Municipal São Francisco Xavier, no Centro de Itaguaí. No entanto, alguns minutos após dar entrada na unidade de saúde não resistiu e morreu.
O atestado de óbito confirma que a causa da morte foi um infarto agudo do miocárdio.
Alba Valéria da Silva, irmã de Edson, desabafou sobre a suposta negligência das autoridades.
Edson passou mal no Ciep Dulce, no bairro Chaperó, em Itaguaí, quando trabalhava como mesário
Reprodução/TV Globo
“Nem colocaram a mão no meu irmão e o tempo foi passando e ninguém se pronunciou, não tinha ambulância, ninguém socorreu o meu irmão. Ele estava prestando serviço para o TRE e não foi socorrido”, disse a mulher, que completou:
“Houve uma grande negligência, omissão de socorro. Ele não era só um irmão, ela era mais que um irmão, ele era um pai para mim, para os meus filhos. Se tivessem socorrido ele a tempo, ele estaria aqui conosco hoje”.
Edson deixa esposa e duas filhas, de 21 e 9 anos. Ele será velado e enterrado nesta terça-feira (8) no Cemitério Padre Cezare Vigezzi, também conhecido como Cemitério do Sase, no Centro de Itaguaí.
O outro lado
Em nota, a Prefeitura de Itaguaí informou que apura todas as informações e lamentou a morte de Edson.
O TRE informou que se solidariza com amigos e familiares de Edson neste momento de dor e nega que houve omissão de socorro.
O Tribunal Regional Eleitoral afirmou que, o cartório da 105ª Zona Eleitoral (Itaguaí) não recebeu pedido de veículo para levar o mesário para uma unidade de saúde, e não havia carro disponível no momento, uma vez que todos eles circulavam a serviço, por conta da elevada demanda provocada pela própria eleição.

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