Seca dá trégua em Sorocaba e índice cai pela 1ª primeira vez, aponta Cemaden; mapa mostra estiagem ao longo do ano em SP


Intensidade da seca diminuiu na cidade no mês de setembro. Seca ainda atinge 642 municípios paulistas, quase todo o estado. Neste ano, Sorocaba passou por meses de seca severa. Tempo seco e queimada mudam paisagem no Jardim São Carlos, em Sorocaba (SP)
Fernanda Pezzota/Arquivo Pessoal
Pela 1ª vez no ano, a intensidade da seca diminuiu em Sorocaba (SP) no mês de setembro. De acordo com o Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden), desde janeiro, o interior de São Paulo enfrenta um intenso período de estiagem, com situações climáticas extremas e severas em mais da metade do estado.
O Cemaden é responsável por gerenciar e direcionar ações para o enfrentamento de crises climáticas. De acordo com o órgão, ligado ao governo federal, o Brasil enfrentou, em agosto, a maior seca já registrada desde 1950.
A situação mudou em algumas cidades, apontam dados do Cemaden. Contudo, em nível fraco a extremo, a seca ainda atinge 642 municípios paulistas – 99% de todo o estado.
Seca severa: 233 (36,12%);
Seca moderada: 220 (34,11%);
Seca fraca: 117 (18,14%);
Seca extrema: 72 (11,16%);
Normal: 3 (0,47%).
Em setembro, a seca deu “trégua” em Sorocaba após oito meses em condições severa e moderada:
Janeiro: seca moderada;
Fevereiro: seca severa;
Março: seca moderada;
Abril: seca moderada;
Maio: seca severa;
Junho: seca severa;
Julho: seca moderada;
Agosto: seca moderada;
Setembro: seca fraca.
Para André Cordeiro, especialista em ecossistemas aquáticos e recursos hídricos, o alívio na condição de estiagem é normal para a época. “Com o inicio da primavera, é normal o aumento das chuvas, mas elas só se tornam mais frequentes em outubro”, comenta.
O pesquisador também explica que a diferença climática entre o sudeste e noroeste paulista ocorre pois “São Paulo é uma região de transição entre o sul e o nordeste e o centro oeste.”
“Então você tem diferenças regionais, Sorocaba recebe mais influência do sul. Então este ano está em uma situação mais confortável que o noroeste do estado, além disso a uma redução da umidade que vem da Amazônia isso faz que o norte do estado fique mais seco”, completa.
Veja a situação da seca em São Paulo ao longo dos últimos nove meses:

Ainda conforme Cordeiro, especialista em ecossistemas aquáticos, a previsão é que as chuvas aumentem até o início de 2025, porém “abaixo da média histórica”, alerta.
“No norte do Estado a seca vai se prolongar um pouco mais até pelo menos meados de novembro com chuvas mais constantes só a partir de dezembro”, conclui.
🗺 Entenda o mapa
O mapa foi elaborado pelo g1 a partir de dados divulgados mensalmente pelo Cemaden. De acordo com a pesquisadora do órgão, Ana Paula Cunha, especializada em extremos agrometeorológicos, são analisadas a diferença entre a chuva registrada e a média histórica de chuva de um local – chamado de desvio de chuva -, a umidade do solo e a saúde da vegetação para classficar as secas.
“Quanto mais distante da media essas três variações estão, maior a intensidade da seca”, acrescenta Ana Paula.
A escala de seca é composta por dados agrometeorológicos de três meses: “mantemos as condições de dois meses e no terceiro, incluímos a previsão de chuva”, pontua a pesquisadora.
O Cemaden também divulga a previsão de seca. Segundo a pesquisadora, leva-se em consideração o atual cenário e a previsão de chuva para o mês seguinte.
Veja abaixo a previsão de seca para outubro de 2024:
Previsão de seca para outubro de 2024
Cemaden/Divulgação
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