
O Ibovespa encerrou o pregão desta sexta-feira (7) em forte alta de 1,59%, alcançando 125.316,69 pontos. O principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3) foi impulsionado pelo otimismo do mercado diante das expectativas de cortes na taxa Selic ainda este ano.
A valorização foi influenciada pela divulgação do PIB do quarto trimestre de 2024, que cresceu 0,2%, abaixo da projeção de 0,5% esperada pelo mercado. O resultado mais fraco da economia aumentou a expectativa de que o Banco Central possa acelerar o ciclo de redução de juros para estimular o crescimento.
Mercado global e impacto no Ibovespa
Além do cenário doméstico, os mercados internacionais também favoreceram o desempenho da bolsa brasileira. O relatório de empregos dos Estados Unidos (payroll) apontou a criação de 151 mil vagas em fevereiro, número inferior ao esperado. Esse dado reforçou a percepção de que o Federal Reserve (Fed) pode adotar uma postura mais flexível na política monetária, o que beneficia economias emergentes como o Brasil.
Ações em destaque no mercado
O otimismo levou a uma forte valorização de setores sensíveis à queda dos juros. O setor bancário teve um desempenho positivo, com investidores projetando uma melhora no crédito diante de uma possível redução da Selic.
As ações da Petrobras (PETR3, PETR4) também fecharam em alta, acompanhando a valorização do petróleo no mercado internacional. Empresas do setor de consumo e varejo, como Magazine Luiza (MGLU3) e Via (VIIA3), tiveram um desempenho expressivo, uma vez que juros menores favorecem o consumo e reduzem o custo da dívida para as companhias.
Max Bohm analisa o cenário no Closing Bell
Em entrevista ao programa Closing, Max Bohm, estrategista de ações da Nomos, destacou que o movimento de alta reflete a mudança de perspectiva dos investidores.
“Os números do PIB e o payroll dos EUA reforçam a tese de que tanto o Banco Central brasileiro quanto o Fed podem adotar uma postura mais branda nos juros. Isso impulsiona os ativos de risco, favorecendo principalmente as ações mais sensíveis à taxa de juros, como varejo, construção civil e tecnologia”, explicou Bohm.
Ele também ressaltou que, embora o cenário seja positivo, é essencial acompanhar os próximos dados econômicos e as decisões do Comitê de Política Monetária (Copom) para avaliar se o ciclo de cortes realmente se concretizará no curto prazo.
Perspectivas para os próximos pregões
Com o otimismo crescente sobre a redução dos juros, o mercado acionário brasileiro pode continuar atraindo investidores. No entanto, incertezas externas, como a política monetária do Fed e os desdobramentos da economia chinesa, ainda podem impactar o Ibovespa nas próximas semanas.
A expectativa agora se volta para as próximas reuniões do Copom, que podem confirmar um novo ciclo de cortes na Selic, e para os desdobramentos do cenário econômico global. Se as projeções se concretizarem, a Bolsa brasileira pode ganhar ainda mais tração nos próximos meses.
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