Da recepção à transfusão: conheça os setes passos do ciclo da doação de sangue e saiba como ajudar


Com a alta de casos de dengue em todo o estado, o g1 preparou um material sobre a importância da conscientização da doação de sangue. Veja o trajeto do sangue após a doação
Ele corre por nossas veias, transporta o principal combustível do nosso organismo, o oxigênio, e pode salvar vidas quando doado para outras pessoas. Porém, até chegar à veia do receptor, o sangue passa por pelo menos sete etapas diferentes.
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Em meio à explosão de casos de dengue, que se espalham por todo o estado de São Paulo e pelo Brasil, o g1 reforça a importância da doação e mostra o passo a passo do caminho percorrido pelo sangue, desde o cadastro do doador até a veia dos receptores de 40 instituições de São José do Rio Preto (SP) e região, que utilizam as doações colhidas no Hemocentro rio-pretense.
Trajeto do sangue, doação à transfusão
Arte/g1
1. Cadastro
O primeiro passo é dado na recepção do Hemocentro, quando os doadores fazem o cadastro com a entrega de um documento com foto e recebem uma pulseira de classificação de atendimento (veja abaixo).
Doação de sangue: coordenador explica procedimentos para o doador ao chegar ao hemocentro
2. Triagem e teste
Na sequência, o voluntário passa pela triagem hematológica, na qual são checados pressão, medida, altura, peso e temperatura. Além disso, faz um teste de anemia.
Doação de sangue: enfermeira supervisora explica sobre triagem hematológica
3. Entrevista individual
Ainda durante a triagem, agora na parte clínica, o doador responde a uma série de questões em uma entrevista individual com um enfermeiro responsável a fim de avaliar suas condições de saúde para fazer a doação.
Doação de sangue: enfermeiro da coleta explica sobre a triagem clínica
4. Coleta
Se estiver apto a doar, o doador é encaminhado para a sala de coleta, onde passa pelo processo de doação de sangue, que dura entre cinco e 15 minutos.
Doação de sangue: enfermeira explica o que é feito com a bolsa de sangue após a doação
5. Orientações
Feita a doação, o voluntário recebe as últimas orientações da equipe do Hemocentro e é liberado para tomar um lanche de pós-recuperação. São servidos suco, chá, leite, pão, frutas e bolachas.
6. Processamento
Enquanto isso, a bolsa de sangue segue, de elevador, seu trajeto até a sala de processamento.
No local, após uma hora de descanso, a bolsa vai para o processo de centrifugação e, depois, para a separação dos hemocomponentes, que se dividem em hemácias, plaquetas, plasmas e crioprecipitados.
Se todos os testes de sorologia apontarem negativo, as bolsas vão para o estoque. As de hemácias são levadas para uma câmara de resfriamento de 2°C a 6°C e ficam à disposição para a transfusão, assim como as bolsas de plaquetas, que ficam na temperatura de 20°C a 24°C, no plaquetário, e as bolsas de plasmas e crioprecipitados, que são mantidas na temperatura de – 22°C.
Doação de sangue: bióloga fala sobre processamento de hemocomponentes
7. Testes e transfusão
Por fim, quando solicitada para a transfusão, a bolsa de hemácias passa por novos exames para testar sua perfeita compatibilidade como o receptor.
Doação de sangue: enfermeira supervisora fala sobre transfusão
As bolsas de sangue colhidas no Hemocentro são distribuídas para o próprio ambulatório do local, além de 40 instituições de Rio Preto e região, que atendem 20 cidades: São José de Rio Preto, Mirassol, Jaci, Nhandeara, Tanabi, Monte Aprazível, Nova Granada, Mirassol, José Bonifácio, Paulo de Faria, Potirendaba, Ibirá, Neves Paulista, Tabapuã, Itajobi, Urupês, Santa Adélia, Novo Horizonte, Catanduva e Monte Alto.
‘Não precisa ter medo de agulha’
Vista como a “vilã” na hora da doação, a agulha utilizada pelo Hemocentro é importada e feita em países com baixas temperaturas. Atualmente, em Rio Preto, os kits compostos por agulha acoplada e bolsa de sangue, que é plástica, estéril e descartável, vêm da Alemanha.
Rodrigo Borges, enfermeiro da coleta, explica que existe uma grande diferença entre a agulha casual e a específica para a doação.
“É uma agulha calibrosa, porque a doação não pode demorar mais que 15 minutos. Então, o volume para encher essa bolsa nesse tempo tem que passar em um cano um pouco maior, por isso a agulha é um pouco grande. Porém, a ponta da agulha, o bisel dela, que é o que entra na pele, é diferente em relação às outras agulhas”, diz.
Agulha utilizada pelo Hemocentro de Rio Preto (SP) é importada e feita em países com baixas temperaturas
Divulgação
“As agulhas convencionais têm o bisel curto, que é a ponta curta. Quando ela entra na pele, faz um buraco do tamanho da agulha. Na agulha, o bisel tem um centímetro de tamanho e ele é trilaminado. Então, a lâmina dele não é para furar, mas para cortar a pele. Com isso, ela atinge menos os receptores de dor. Quando ela entra na pele, ela faz um corte, afasta as camadas da pele e, quando tira, fica só um corte e não um buraco redondo do tamanho da agulha”, explica.
O enfermeiro ressalta que o doador ou futuro doador não precisa ter medo.
“Além da agulha ser preparada para atingir menos esses receptores de dor, a nossa equipe é muito bem treinada para pulsão. É lógico, a dor é muito subjetiva, varia de pessoa para pessoa. Porém, 90% das pessoas que vêm com medo voltam a doar”, finaliza Rodrigo.
Confira os endereços dos hemocentros e hemonúcleos de Rio Preto, Bauru, Itapetininga e Sorocaba:
Rio Preto
Endereço: Av. Jamil Feres Kfouri, 80 – Jardim Panorama;
Horário: das 7h às 13h, todos os dias.
Bauru
Endereço: Rua Monsenhor Claro, 8-88 – Centro;
Horário: das 7h às 13h, de segunda a sexta-feira, e das 7h às 12h, aos sábados.
Itapetininga
Endereço: Rua Mário Prandini, 935, Centro;
Horário: das 7h às 14h, de segunda a quinta-feira.
Sorocaba
Endereço: Avenida Comendador Pereira Inácio, 564, Jardim Vergueiro;
Horário: das 7h às 12h30, de segunda a sábado.
Bolsa de hemácias vão para a câmara de resfriamento de 2° a 6°C e ficam à disposição para a transfusão
Marcelo Schaffauser/g1
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