‘A vida continua’: família acompanha idoso que teve morte cerebral até sala para doação de córnea em MG


Benjamim Ferreira, de 69 anos, morreu em decorrência de um aneurisma em Divinópolis. Em meio à dor, familiares fizeram emocionante despedida nos corredores do hospital. Família acompanha idoso que teve morte cerebral até sala de doação de órgãos em MG
Um vídeo emocionante e ao mesmo tempo doloroso chamou atenção nas redes sociais nesta semana em Divinópolis.
As imagens mostram uma espécie de cortejo de filhos, genros e netos de um idoso de 69 anos, que teve morte cerebral após um aneurisma. Ainda na maca, ele foi acompanhado pelos familiares até o bloco cirúrgico para doação de órgãos. Veja o vídeo acima.
Em entrevista ao g1, Priscila Áurea Ferreira, filha de Benjamim Ferreira, deu detalhes sobre a morte do pai e como foi a decisão de doar os órgãos dele.
Filhos e netos acompanham idoso para retirada de orgãos me Divinópolis
Priscila Ferreira
Conforme ela, o pai desfrutava de boa saúde até ser internado, embora fosse hipertenso.
Dias antes do diagnóstico que o levou à morte, ele estava trabalhando ativamente como garçom em um restaurante, fazia aulas de dança e não tratava nenhuma doença.
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No sábado (17) a família foi pega de surpresa quando Benjamim se sentiu mal e precisou ser lavado às pressas para o Complexo de Saúde São João de Deus (CSSJD), onde foi transferido para o Centro de Terapia Intensiva (CTI).
Desde então, o quadro se agravou e, na terça-feira (20), foi constatada a morte cerebral.
“Quando foi constatada a morte cerebral nosso mundo caiu. Naquela ocasião, minha cunhada nos mostrou um vídeo de doação de órgãos e, então, tivemos essa ideia e, junto com meus irmãos, decidimos que os órgãos do meu pai seriam doados. Não foi uma assunto abordado em vida com ele, mas, diante das circunstâncias, decidimos por doar”, explicou Priscila.
Nas imagens do vídeo que circula nas redes sociais, os familiares acompanharam Benjamim até o bloco cirúrgico. Na avaliação, a equipe viu que seria possível a doação das córneas, já que os demais órgãos possíveis para remoção estavam comprometidos.
“Queríamos que fosse possível doar mais órgãos, mas já está de bom tamanho. Vamos nos consolando sabendo que outra pessoa terá chance de enxergar novamente”, explicou Priscila.
Benjamim foi sepultado na quinta-feira (22), em Divinópolis. A sensação de saber que a doação trará a visão a quem estava na fila de transplante acalenta a família, segundo a filha.
Outra pessoa vai enxergar com as córneas dele e isso nos consola. Minha mãe faleceu na fila por um fígado. Doar os órgãos do meu pai foi um ato de amor em meio à dor.
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