Polícia investiga se adolescente que deu bala similar a ecstasy a alunas de 11 e 12 anos em escola de SC cometeu ato infracional equiparado a tráfico


Também é apurado quem forneceu entorpecentes à jovem. Três meninas precisaram de atendimento médico após uma delas levar os ilícitos em Lages. Foto da ‘bala’ consumida por crianças em escola foi compartilhada em grupo de alunos
Arquivo pessoal/Divulgação
A Polícia Civil aguarda o resultado de exames toxicológicos para apurar se o fornecimento de uma bala semelhante ao ecstasy a duas alunas, de 11 e 12 anos, de uma escola em Lages, na Serra de Santa Catarina, configura ato infracional equiparado a tráfico de drogas. A suspeita de levar o entorpecente é uma adolescente de 12 anos.
As três alunas apresentaram reações e foram levadas à Unidade de Pronto Atendimento (UPA). A situação aconteceu na terça-feira (24) na Escola Municipal de Educação Básica (EMEB) Mutirão.
A Polícia Militar foi chamada e acionou o Conselho Tutelar. Procurado, o município afirmou em nota que “medidas cabíveis foram tomadas”, mas não as detalhou. Não foi informado se a aluna responsável por levar os ilícitos para a escola sabia ou não o que era a substância.
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O delegado Raphael Bellinati disse que o inquérito policial foi aberto na quinta-feira (26). “A gente está aguardando ainda, entre outras providências, também exames toxicológicos de todos os materiais para apurar, porque o fornecimento de droga dado pela adolescente já configura um ato infracional equiparado a tráfico de drogas”, disse.
O envolvimento de outras pessoas também será investigado. “Possivelmente essa droga chegou a ela por meio de uma outra pessoa, talvez mesmo de um adulto. Então tem que apurar também o tráfico antecedente”.
A princípio, a droga fornecida às alunas é mesmo ecstasy. Porém, a confirmação será feita com o resultado da perícia.
Segundo o delegado, outras pessoas fizeram novos boletins de ocorrência sobre o caso.
O que aconteceu na escola
Ao g1, a mãe de uma das estudantes, que pediu para não ter o nome divulgado, disse que a filha ingeriu uma bala que ganhou da adolescente no início da tarde de terça (foto acima). Outra aluna teria consumido a droga ao tomar água de uma garrafa.
A aluna que levou a substância também a ingeriu, segundo a PM.
A mesma mãe relatou que, assim que a filha apresentou reação à droga, a direção entrou em contato com ela e pediu que alguém fosse a buscá-la. A ligação aconteceu por volta da 12h50.
“A pessoa que foi pegar ela [filha] no colégio viu que ela estava drogada, que estava fora de si. Eu fui direto para a UPA”, explica.
A criança ficou em observação por algumas horas e foi liberada durante a noite.
Avó e mãe ‘chapadas’
Segundo o tenente-coronel Marcos Paulo Rangel, a PM acionada via 190 na unidade de ensino após alunas passarem mal. No local, foi obtido o endereço da casa da adolescente.
Os agentes chegaram no local e encontraram a avó e a mãe dela sob efeito de alguma substância.
“Para a nossa surpresa, tanto a avó quando a mãe estavam totalmente drogadas. Estavam mais chapadas do que as crianças ficaram”, disse o tenente-coronel (assista abaixo).
A PM, então, fez um boletim de ocorrências e o encaminhou à Polícia Civil. Segundo a corporação, apenas um laudo poderá confirmar a origem da droga.
Adolescente leva substância parecida com droga para escola e batiza água crianças em SC
O que disse o município
Sobre o fato ocorrido na Escola Municipal de Educação Básica (EMEB) Mutirão, a Secretaria Municipal da Educação de Lages informa que todas as medidas cabíveis foram imediatamente tomadas. As 3 alunas envolvidas foram atendidas imediatamente, a Polícia militar e o Conselho Tutelar acionados. Ontem mesmo (quarta-feira, 25), duas alunas já retornaram normalmente para a aula, e a direção da Unidade escolar passou o dia de ontem conversando com todos os pais e responsáveis que procuraram a escola para esclarecimentos.
A Polícia Militar está cuidando da investigação. Importante ressaltar que nenhum caso semelhante havia sido registrado na escola até então. A situação está agora sob os cuidados do Conselho Tutelar em parceria com a investigação da Polícia Militar.
A Secretaria Municipal da Educação de Lages informa que fará um trabalho de conscientização nessa Unidade escolar específica. Lembrando que trabalhos preventivos já são realizados em todas as unidades escolares municipais, para que nenhuma criança ou estudante nunca peguem nada de estranhos (como balas, bebidas etc) ou mesmo de amigos em qualquer ambiente em que frequentam, não só na escola.
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