Passam de 30 as mortes em operação policial contra o crime organizado na na Baixada Santista, em São Paulo


O secretário de Segurança Pública de São Paulo rebateu as críticas de entidades civis sobre a letalidade da polícia e afirmou que a operação não tem prazo para terminar. Passam de 30 as mortes na operação policial contra o crime organizado no litoral paulista
Jornal Nacional/ Reprodução
Chegou a 31 o número de mortes de suspeitos em confrontos com a Polícia Militar na operação de combate ao crime organizado na Baixada Santista, em São Paulo.
Cenas que se tornaram frequentes em favelas da Baixada Santista nas últimas semanas. Nesta quarta-feira (21), um sargento do Batalhão de Ações Especiais recebeu alta após 14 dias internado. O sargento tinha levado um tiro na cabeça. Emocionado, recebeu abraços dos colegas.
A Polícia Militar iniciou a operação na Baixada Santista depois da morte do policial da Rota Samuel Wesley Cosmo, no dia 2 de fevereiro. A câmera corporal registrou quando Samuel levou um tiro em um patrulhamento em Santos. A PM de Minas Gerais prendeu o suspeito de assassinar Samuel.
Desde o início da operação, a PM prendeu 716 pessoas. Destas, 265 têm antecedentes criminais. Os policiais apreenderam meia tonelada de drogas e 83 armas. O governo também cita a prisão de uma suspeita de lavar dinheiro para o PCC e a morte de Rodrigo Pires, um dos chefes da facção, em troca de tiros com PMs.
Em 18 dias, 31 pessoas morreram em confrontos com policiais militares em toda a Baixada Santista. Em 2023, a morte de outro soldado da Rota, Patrick Reis, deu início à Operação Escudo, no Guarujá. Em 40 dias, a ação deixou 28 civis mortos em confrontos com a polícia.
A ouvidoria das polícias do estado e Defensoria Pública denunciaram violações de direitos humanos que teriam sido praticadas pelos policiais na Operação Escudo. A ouvidoria acompanha de perto a operação de 2024.
Operação Verão chega a 30 mortes e supera as 28 da Operação Escudo; entenda
“Isso é um absurdo, um descalabro, e a gente não vai aceitar que a política de segurança pública do maior estado do país seja a política de segurança pública da morte, da vingança e do desrespeito à vida humana. Eu tenho laudo de pessoa cega que está sendo acusada de trocar tiro com a polícia dentro do quarto da própria casa”, diz Cláudio Silva, ouvidor das polícias de SP.
Depois de 13 dias em Santos, o gabinete da Secretaria de Segurança Pública voltou nesta semana para a capital. O secretário rebateu as críticas de entidades civis sobre a letalidade da polícia e afirmou que a operação não tem prazo para terminar.
“Eu tenho que me basear em laudos especiais dos médicos legistas, e nenhum laudo do IML aponta qualquer sinal de violência, muito menos de tortura ou excesso por parte dos policiais. O que eu posso dizer para a população que nos assiste é que no estado de São Paulo haverá combate ao crime organizado de maneira técnica, proporcional dentro dos limites da lei, mas não haverá território, nenhum milímetro do território do estado de São Paulo que o crime organizado queira instalar um estado paralelo”, afirmou Guilherme Derrite, secretário de Segurança Pública de São Paulo.
Adicionar aos favoritos o Link permanente.