Prefeitura de Natal prevê concluir engorda da praia de Ponta Negra até 5 de dezembro


Secretário da Semurb explicou com o ritmo que a obra teve nos seis dias após a retomada, a conclusão pode ocorrer com 74 dias de serviço – e não os 90 anteriormente previstos. Reduzido prazo de entrega da engorda da Praia de Ponta Negra, em Natal
A obra da engorda de Ponta Negra pode ser concluída em 74 dias, prazo menor do que o previsto anteriormente, que era de 90 dias de serviços. Segundo o secretário de Urbanismo e Meio Ambiente de Natal (Semurb), Thiago Mesquita, a prefeitura trabalha com a possibilidade de concluir a obra até 5 de dezembro.
📳Participe do canal do g1 RN no WhatsApp
A obra foi retomada no sábado passado (21), um dia depois da prefeitura decretar situação de emergência por conta dos danos causados pelo avanço do mar. O Município informou que encontrou uma nova jazida para execução do serviço, e que o decreto autoriza o uso dela sem a necessidade de que uma nova licença ambiental seja expedida.
A obra chegou a ficar parada por mais de duas semanas após ter sido iniciada após a descoberta de que a qualidade e a quantidade de areia que estavam sendo retiradas da jazida anterior não serviam para a engorda.
Segundo Thiago Mesquita, nos seis dias desde que a obra foi retomada, cerca de 15 mil metros cúbicos de areia foram colocados diariamente para engorda. O total necessário, de acordo com a Semurb, é de 1,1 milhão de metros cúbicos para completar todo o serviço.
“Se conseguirmos manter esse ritmo da draga indo, fazendo a dragagem, se conectando e lançando material, sempre no intervalo de um ao outro de 3 horas, nós iremos, sim, conseguir em 74 dias”, explicou o secretário.
“Então a previsão continua a mesma. Entre 74 dias e 90 dias para entregar completamente a engorda de Ponta Negra. Até 5 de dezembro é a previsão, se conseguirmos manter esse ritmo até lá”, completou.
LEIA TAMBÉM
PASSO A PASSO: Veja linha do tempo da obra da engorda da praia de Ponta Negra
Até esta quinta-feira (26), segundo o secretário, o aterro havia sido concluído em cerca de 400 a 500 metros do total dos 4 km da obra. O titular da Semurb disse também que a distância apresentada, num primeiro momento, foi de cerca de 80 metros de profundidade da areia em relação à linha do oceano, mas que isso pode ainda aumentar.
“Essa metragem até a linha vai aumentar ainda. Agora é maré alta. Mas ela vai suavizar ainda esse declínio, ainda tem bastante areia acumulada.Vai suavizar. E aí nós iremos aumentar pra provavelmente 110, 120, 130 metros. Vai ser o tamanho da extensão do aterro”, garantiu.
Obra da engorda da praia de Ponta Negra, em Natal RN Rio Grande do Norte
Sérgio Henrique Santos/Inter TV Cabugi
Segunda etapa: Morro do Careca
A obra avançou nesta terça-feira para próximo do Hotel Serhs, na Via Costeira. Depois de concluir essa parte, segundo o secretário da Semurb, a obra se volta para o Morro do Careca. A última etapa, então, é interligar as partes entre a Via Costeira e Ponta Negra.
“Terminando lá, voltamos a direção ao Morro do Careca e teremos três pontos de conexão daqui [da Via Costeira] até o Morro da Careca”, explicou.
Segundo o secretário, a embarcação demora cerca de 50 minutos a 1 hora para dragar a areia da jazida – que fica a cerca de 10 km da costa, na altura da Via Costeira -, tem mais um período de descolamento e lança o material para o aterro em cerca de 1h30 a 2h. São cerca de 2,5 mil a 2,8 mil m³ em cada lançamento.
Licenciamento da jazida
O secretário da Semurb voltou a defender que o uso da nova engorda não demanda uma nova licença ambiental, por conta do decreto de situação de emergência da prefeitura.
“O Município agiu legalmente, dentro da sua responsabilidade de cuidado com a cidade, e decretou o estado de emergência”, disse.
“Aí entra o que o Código Florestal, a lei 12651/2012 e a resolução 369 do Conselho Nacional de Meio Ambiente falam: quando você está vivendo um estado de calamidade e principalmente emergência, como é o nosso caso, é dispensado o licenciamento ambiental das atividades relacionadas à atividade de Defesa Civil Nacional ou atividades para resguardar áreas urbanas”.
Ele reforçou, no entanto, que todo o restante da obra – como as interferências que vão ocorrer na costa da praia – passaram pelo licenciamento ambiental do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema).
Idema: jazida está fora de área licenciada
Obra da engorda de Ponta Negra em 23 de setembro de 2024
Abraão Junior/cedida
O Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte (Idema) confirmou nesta terça-feira (24) que a nova jazida de areia usada para a engorda da praia de Ponta Negra, na Zona Sul de Natal, está fora da área que tinha recebido a licença ambiental.
Em nota, o órgão ambiental confirmou o recebimento do relatório técnico emitido pela Prefeitura do Natal, com a nova área para a extração de sedimentos, e informou que ela também não estava contemplada no Estudo de Impacto Ambiental entregue pelo município.
“A extração de sedimentos na nova área não foi licenciada pelo Idema. A Prefeitura publicou o Decreto de Emergência nº 13.192, de 20 de setembro de 2024. Dessa forma, todas as responsabilidades relativas aos impactos ambientais dessa intervenção são de competência exclusiva da Prefeitura do Natal”, informou o órgão.
O Idema ainda informou que comunicou a situação aos órgãos de controle e instituições que acompanham o processo, como o Ministério Público Federal (MPF), o Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a Agência Nacional de Mineração.
Divulgada nova jazida de areia para obra de engorda da Praia e Ponta Negra, em Natal
O prefeito de Natal, Álvaro Dias (Republicanos), disse que a retomada da obra da engorda de Ponta Negra com o uso de uma nova jazida de areia não gera a necessidade de que uma nova licença ambiental seja expedida.
A afirmação feita nesta segunda-feira (23) em uma coletiva de imprensa se baseia na publicação do decreto de situação de emergência na sexta-feira passada (20), pela prefeitura, por conta dos danos causados pelo avanço do mar em Ponta Negra.
“Nós pedimos o parecer da Procuradoria Geral do Município, que constatou que, em uma situação emergencial, nós podemos autorizar o início da obra de engorda sem o licenciamento ambiental, porque a legislação, as leis vigentes no país amparam e autorizam o gestor a agir dessa forma, proceder dessa maneira”, disse Álvaro Dias.
Prefeito Álvaro Dias (Republicanos) ao lado de secretários no Palácio Felipe Camarão em coletiva sobre a engorda de Ponta Negra
Kleber Teixeira/Inter TV Cabugi
Um dia após o decreto ser publicado, a obra da engorda foi retomada pela prefeitura. A obra ficou parada mais de duas semanas, porque pesquisadores constaram que a jazida que estava sendo usada não servia para a engorda devido à qualidade e à quantidade da areia.
A nova jazida de areia que passou a ser usada fica a 10 km da costa da capital, praticamente em uma linha reta partindo do ponto da Via Costeira onde a obra foi iniciada.
As informações estão no relatório técnico produzido por uma empresa contratada pela Fundação Norte-Rio-Grandense de Pesquisa e Cultura (Funpec) e incluído pela prefeitura da capital potiguar no processo de licenciamento da obra, ao qual o g1 teve acesso.
Decreto emergencial
Segundo o prefeito de Natal, Álvaro Dias, o decreto emergencial se deu porque o avanço da maré “se configurou de uma maneira mais agressiva” nos últimos dias, derrubando muro de proteção de dois hotéis e ampliando o processo erosivo do Morro do Careca, o que foi reforçado pela Defesa Civil do Município.
Foto publicada pelo secretário de Meio Ambiente e Urbanismo de Natal mostra areia usada na engorda de Ponta Negra.
Redes sociais
Nesta segunda-feira, o Morro do Careca foi isolado pela prefeitura.
“Nós, em virtude do agravamento, autorizamos o início da engorda e tomamos todas as providências cabíveis, inclusive todas aquelas que foram recomendadas pela Defesa Civil do Município, que vistoriou o local e deu até o parecer através de um relatório substanciado entregue à prefeitura”, disse Álvaro Dias.
O Município informou que o uso de uma nova jazida não representa aumento nos custos e nem o prazo da obra da engorda. “Eu acredito que não haverá nenhuma dificuldade porque uma obra emergencial, necessária, fundamental, inclusive para proteger vidas humanas”, disse o prefeito.
Nova jazida de areia
Estudo encontra nova jazida há 10km da costa para obra da engorda de Ponta Negra
Reprodução
O relatório técnico produzido por uma empresa contratada pela Funpec e incluído pela prefeitura da capital potiguar no processo de licenciamento mostrou que a engorda fica a 10 quilômetros de distância da costa.
“Após a identificação de fortes indícios de uma área com bom potencial para servir como jazida sedimentar à obra de engorda de Ponta Negra, os esforços foram concentrados nessa região, o que possibilitou confirmar sua qualidade como jazida de areia de granulometria média a grossa, compatível com o tamanho médio da areia nativa da Praia de Ponta Negra”, diz o relatório.
O documento aponta que os estudos foram realizados na nova área entre os dias 12 e 19 de setembro de 2024. Na última sexta-feira (20), a prefeitura publicou um decreto de emergência alegando avanço do mar sobre o Morro do Careca e hotéis da região e a obra foi retomada no sábado (21), antes de qualquer anuência do Idema.
Obra da engorda de Ponta Negra em 23 de setembro de 2023
Abraão Junior/cedida
‘A areia é excelente e compatível’, diz secretário de Meio Ambiente e Urbanismo de Natal
Um parecer jurídico da Procuradoria Municipal, também incluído no processo no sábado (21), defende que as situações de emergência “excepcionalizam necessidade de autorização do órgão ambiental competente para a execução de obras de caráter urgente destinadas à prevenção e mitigação de acidentes em áreas urbanas”.
“Recomenda-se comunicação imediata ao Idema sobre a alteração da jazida e as razões emergenciais que justificam a sua execução sem a anuência prévia, em conformidade com o parecer técnico que fundamenta esta consulta”, diz o parecer jurídico.
Segundo o município, a previsão é de que o aterro da praia utilize 1.004.018,00m³ de areia. De acordo com os estudos iniciais, a jazida teria “preliminarmente” um volume de 1.500.000 m³.
Obra estava parada desde o dia 3 de setembro
A obra da engorda estava paralisada desde o dia 3 de setembro, após a Funpec, contratada pelo município, ter identificado cascalho nos sedimentos retirados do banco de areia licenciado.
A retomada da obra aguardava a conclusão de um novo estudo (o terceiro em nove anos) no local, para garantir que a areia retirada era própria para a obra. O município também confirmou que procurava novos bancos de areia para dar continuidade à obra.
Veja os vídeos mais assistidos no g1 RN

Adicionar aos favoritos o Link permanente.