Estilo Brasília estreia com público fashionista e desfiles e talks cativantes

Estilo Brasília estreia com público fashionista e desfiles e talks cativantesFernanda Moura

No Brasil, a moda não pulsa apenas no eixo Rio-São Paulo. Brasília, a capital do País, vai além da arquitetura modernista. Por aqui, grandes talentos também se destacam no quesito fashion e, como forma de reconhecimento, o evento Estilo Brasília chegou em sua primeira edição para chacoalhar a cena local e nacional.

Muito se questiona e pouco se pode definir: qual, afinal, é a “cara” de Brasília? Para responder a essa e outras perguntas, o Brasília Shopping, que se consolidou como um dos espaços influentes no fomento às diferentes manifestações artísticas, lançou o evento Estilo Brasília.

Com um público que lotou o estacionamento do shopping, a primeira edição da festa fashion também serviu de vitrine para os brasilienses criativos que montaram looks autênticos. Os talks, desfiles e ativações nas lojas tomaram conta durante toda a tarde e começo da noite.

Dividido em dois dias, o Estilo Brasília teve início nessa quarta-feira (25) e o primeiro bate-papo, mediado por Rosa Guimarães, foi com Manuela Xavier e Jacira Doce. As convidadas abriram a sequência de talks com o tema Moda, Autoestima e Carreira.

Durante a conversa, Jacira Doce, estrela brasiliense que conquistou as redes sociais, levantou um questionamento. “Desde quando nascemos, vivemos com o fracasso, mas e o sucesso? O que fazer quando chegamos lá?”.

Em sequência, o papo sobre A Moda Hoje e Amanhã ficou por conta de Caio Braz, jornalista conhecido por ter comandado programas no GNT e Globoplay, e de Augusto Mariotti, do Portal FFW, maior portal de moda independente do Brasil. A mediação foi de Duda Maia.

Durante a conversa, Caio deu luz à identidade brasiliense. “O brasiliense é feito de um Brasil inteiro, de diversas migrações. Então, como conseguimos levar essa identidade para o ambiente digital, para serem repercutidas pelas pessoas?”, indagou.

Em conversa com o GPS, o jornalista de Recife ainda abordou a influência dos remédios emagrecedores nos padrões.

“Em 2010 começamos a viver uma revolução da diversidade, onde outros corpos começaram a fazer parte da narrativa. Pessoas fora do padrão, pretas, indígenas e que não têm um gênero binário definido estavam ocupando lugares de representatividade. Agora, com os remédios emagrecedores, estamos voltando para os moldes dos anos 90”, comentou.

Enfim, o primeiro desfile do dia. Subiu à passarela o coletivo Movimento Moda Brasília, composto por sete marcas da cidade comandadas por mulheres: Confraria, Flay, Guilda, Letícia Gonzaga, Lucila Pena, Silvia Badra e Sun Rose.

De volta aos talks, às 16h, as estilistas Isa Isaac Silva, Débora Mangabeira e Viviane Brunelly debateram a Brasilidade na Moda, com mediação da comunicadora Paula Santana. Elas destacaram a força da criação local no cenário internacional. Segundo Isa, “precisamos nos apropriar da nossa cultura de moda e levá-la para fora”.

Em uma rápida conversa com o GPS, Isa deixou claro que Brasília tem muito axé. “Eu sinto a vontade das pessoas da cidade em apostar na moda local, e isso é maravilhoso”, revelou.

Ainda no campo das tendências, representando o projeto Senai Cetiqt, Angélica Coelho comandou a palestra sobre Macrotendências Inova Moda Digital – Outono/Inverno 25, abordando as novidades que influenciarão o setor nos próximos anos, envolvendo paletas de cores, tecidos e estilos.

Por fim, o último bate-papo do primeiro dia, mediado novamente por Rosa Guimarães, seguiu a pauta A Construção da Autoralidade. As convidadas, a designer Nathy Abi-Ackel, a jornalista e primeira editora negra na Vogue, Luanda Vieira, e a diretora de moda Bel Chaves compartilharam suas maneiras de se expressar artisticamente.

Ao GPS, Nathy ainda falou sobre a influência que teve se sua mãe, Valéria Leão, e sua avó, Moema, na construção de sua identidade.

“Minha mãe, minha avó e minhas duas tias são mulheres muito fortes, de muita personalidade e de muito estilo, então, eu só estou falando sobre a autoralidade porque eu vim delas. Elas são mulheres que se permitiram ser elas mesmas e, consequentemente, me deram essa liberdade”, declarou.

Já Luanda, que começou a carreira de jornalista como produtora de conteúdo freelancer para o site da revista Glamour, falou um pouco sobre clima e sustentabilidade na moda.

“O que estamos vendo acontecer no clima torna palpável uma coisa que a gente já vem falando principalmente na moda, que é a sustentabilidade. Mas, enquanto está muito distante, vamos levando, mas, agora está impactando nossa vida. Acho que esse momento é muito importante para que a moda olhe para a sustentabilidade e entenda como a gente vai fazer para diminuir todos os impactos que a gente causa no mundo”, indagou.

Voltando aos desfiles, sob a direção de Fernando Lackman, as apresentações trouxeram à tona a moda autoral e o talento local. Seguindo a programação, às 16h30, Le Lis mostrou suas criações de elegância atemporal. Às 18h, o público se encantou com a irreverência da marca Dane-se, e, para fechar o dia, o desfile da Avanzzo trouxe moda despojada e clássica.

Nesta quinta-feira (26), o Estilo Brasília retorna com uma programação recheada de talks, desfiles e ativações.

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