Fiz 60 anos: ainda me falta fazer tudo

Fiz 60 anos: ainda me falta fazer tudoRedação

Bateu fundo aqui. Faz como quando temos uma lista interminável de desejos e a régua implacável do tempo a nos assustar? Acaba quando? Resta quanto? Pois é.

Essa frase me aniquilou pois vivo de listar e cumprir metas. Sou quase um cara/crachá e nessa empresa chamada vida, começo a perceber o início do fim. Não estou deprimida, apenas lúcida. Fiz 60 anos. Pesou.

Daqui a 10, com sorte, 70 e vislumbro mais pelancas, a marcha mais lenta, a lombar ardendo, a memória indo. Ah, que drama! Pois não é. Já começo a enxergar a decrepitude em muitos amigos.

Dentes faltando, emagrecimento veloz, falta de vigor e sobretudo um certo banzo. Ou repetem sem parar a mesma ladainha ou não tem quase repertório de conversa. É um apagamento cotidiano e eu, espectadora, vejo o ato final se aproximando. A velhice não pode ser um fardo, mas há que se preparar pra ela.

Financeiramente, mentalmente, fisicamente. Há que preparar a casa, os filhos, se ver mais limitada e não por isso, morta. Esse balanço entre o que eu quero fazer e o que eu posso fazer é urgente. E ainda me falta fazer tanto. Tudo talvez.

Eu teria uma lista imensa pra compartilhar mas tenho certa vergonha de não ter conquistado meus êxitos e ainda assim precisar proteger as minhas vitórias.

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Nesse estica e puxa do futuro só penso na frase do gerontólogo Alexandre Kalache: “Envelhecer é bom. O que não presta é morrer cedo”. Assim seja.

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