Candidato à presidência do COI prevê ‘trabalho duro’ para reintegrar Rússia

O dirigente espanhol Juan Antonio Samaranch Junior, candidato à presidência do COIATTILA KISBENEDEK

ATTILA KISBENEDEK

O espanhol Juan Antonio Samaranch Junior, candidato à presidência do Comitê Olímpico Internacional (COI), promete a reintegração da Rússia se o país voltar a respeitar as regras, caso seja eleito em março de 2025.

“Se for possível, gostaríamos de estudar novamente a reintegração do Comitê Olímpico Russo (CNO) “, excluído do COI após a invasão russa à Ucrânia, declarou Samaranch Jr. à AFP, em uma conferência de dirigentes esportivos em Budapeste.

“Mas hoje [a Rússia] ainda está em uma violação flagrante da Carta Olímpica”, ao colocar sob sua autoridade várias organizações de regiões ucranianas ocupadas, disse o candidato, hoje vice-presidente do COI.

“A partir do momento em que que as razões da suspensão desaparecerem, estaremos obrigados a começar a trabalhar muito duro para que volte”, acrescentou o filho do ex-presidente do COI Juan Antonio Samaranch.

O dirigente espanhol de 64 anos insistiu na “independência e universalidade” do movimento olímpico para que o COI cumpra sua missão: “Unir pessoas de religiões, sistemas políticos e culturas diferentes, sem excluir qualquer parte do mundo”.

Suas declarações vão de encontro com a opinião de seu adversário Sebastian Coe, presidente da World Athleticc (a federação internacional de atletismo), que não aceita os atletas russos e considera que a exclusão de seu comitê olímpico nacional é “a única decisão possível”.

Excluída como país dos Jogos Olímpicos de Paris-2024, a Rússia só foi representada com uma delegação de 15 atletas que competiram sob bandeira neutra.

Sobre o desenvolvimento da inteligência artificial, Samaranch Jr. espera que “as regras do jogo sejam as mesmas para todos” e não favoreçam os países ricos. “O COI deve dispor do melhor da evolução tecnológica”.

– Sete candidatos –

Sobre a “complexa” questão dos atletas transgênero, o espanhol pediu “regras de jogo igualitárias”.

“Não podemos desanimar as crianças futuras campeãs e as mulheres de hoje”, ressaltou, considerando que os “dois direitos” entram em conflito, e reconhecendo que os atletas transgênero merecem “nosso reconhecimento”.

Além de Coe e Saramanch Jr., outros cinco candidatos tentam suceder Thomas Bach à frente do COI a partir de março de 2025, num processo eleitoral em que apenas uma mulher, a ex-nadadora zimbabuana Kirsty Coventry, está concorrendo.

No cargo desde 2013, Bach, de 70 anos, anunciou após os Jogos de Paris, em agosto, que não tentará se reeleger.

O novo presidente do COI será eleito em uma sessão que será realizada de 18 a 21 de março do ano que vem em Atenas.

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