Exército de Israel mata quase 500 pessoas no Líbano no ataque mais letal contra o grupo extremista Hezbollah em duas décadas


O presidente do Irã, país que financia o Hezbollah, acusou Israel de tentar provocar uma guerra maior no Oriente Médio e atrair o país para o conflito. Exército de Israel mata quase 500 pessoas no Líbano no ataque mais letal contra o grupo extremista Hezbollah em duas décadas
Reprodução/TV Globo
A maior ofensiva israelense em quase duas décadas contra o grupo Hezbollah deixou quase 500 mortos nesta segunda-feira (23) no Líbano.
Os ataques começaram pela manhã. O Exército israelense declarou que, ao longo do dia, atingiu 1,1 mil alvos do Hezbollah e destruiu dezenas de milhares de foguetes do grupo extremista. Cidades em todo o país foram bombardeadas, mas o foco foi o sul do Líbano. Moradores da região pegaram a estrada em busca de segurança no norte.
“Não sabemos o que deixamos para trás, não sabemos o que está acontecendo”, conta Mohamed.
Moradores do Líbano pegaram a estrada em busca de segurança no norte
Reprodução/TV Globo
Israel alertou os libaneses para abandonarem os locais de possíveis ataques. Uma das principais empresas de telecomunicação do Líbano afirmou que o Exército israelense fez milhares de ligações para a população. A imprensa estatal chamou as mensagens de guerra psicológica.
O governo libanês anunciou que as escolas da capital, Beirute, serão fechadas e vão virar abrigos para as dezenas de milhares de desabrigados do sul.
As forças israelenses também bombardearam a cidade. Um dos alvos era Ali Karaki, um comandante do Hezbollah. O grupo extremista declarou que ele não foi morto. Foi o quarto ataque a Beirute desde o início da guerra em Gaza, em outubro de 2023.
De acordo com o Ministério da Saúde libanês, os ataques israelenses desta segunda-feira (23) mataram 492 pessoas – entre elas, 35 crianças e 58 mulheres. A ofensiva deixou mais de 1,6 mil feridos. Nem as autoridades libanesas nem as autoridades israelenses informaram quantos extremistas estão entre as vítimas.
O governo de Israel afirma que a operação contra o Hezbollah é necessária para que o grupo extremista pare os ataques ao país. As Forças Armadas divulgaram fotos do que seriam foguetes escondidos dentro de residências no sul do Líbano.
É uma guerra? O conflito entre Israel e Hezbollah é difícil de definir e prever
Ao longo da segunda-feira, o Hezbollah também intensificou os bombardeios. O grupo extremista lançou 210 foguetes contra o norte do território israelense. Um homem ficou ferido.
Em uma mensagem aos libaneses, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que a guerra não é contra o povo do Líbano, mas sim contra o Hezbollah, que usa civis como escudos humanos.
Esta segunda-feira (23) foi o dia com o maior número de mortes no Líbano como resultado do conflito entre Israel e Hezbollah desde 2006. Naquele ano, o Exército israelense e o grupo entraram em guerra, e Israel invadiu o Líbano. Para evitar uma nova guerra, a comunidade internacional tenta negociar uma saída diplomática.
Autoridades da França e das Nações Unidas foram para a região. O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, chamou os ataques desta segunda-feira (23) de uma escalada extremamente perigosa e afirmou:
“Temos que evitar chegar ao abismo”.
A ministra das Relações Exteriores da Alemanha declarou que a lógica de ataque e contra-ataque tem consequências catastróficas para a região. O porta-voz do secretário-geral da ONU pediu que os dois lados deem um passo atrás e destacou que não há solução militar capaz de tornar os dois países mais seguros.
Nos Estados Unidos, o Pentágono anunciou nesta segunda-feira o envio de mais tropas para o Oriente Médio.
O presidente do Irã, país que financia o Hezbollah, acusou Israel de tentar provocar uma guerra maior no Oriente Médio e atrair o país para o conflito.
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