Veja o que é #FATO ou #FAKE na entrevista de José Luiz Datena para o SP1


Candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PSDB foi o primeiro sabatinado nesta segunda-feira (23). José Luiz Datena é o primeiro candidato à Prefeitura de São Paulo entrevistado pelo SP1.
Reprodução/TV Globo
O apresentador José Luiz Datena, candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PSDB, foi o primeiro entrevistado pelo SP1, da TV Globo, nesta segunda-feira (23). A entrevista foi conduzida pelo jornalista Alan Severiano.
Na sabatina, Datena prometeu criar 40 km de corredor de ônibus e defendeu o uso de fuzil na Guarda Civil Metropolitana (GCM) em “batalhões especiais”.
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Foram convidados os candidatos que tiveram pelo menos 5% de intenções de voto e que ficaram entre os cinco primeiros colocados na última pesquisa Datafolha, divulgada em 19 de setembro. A ordem das entrevistas foi definida em um sorteio realizado na presença dos representantes dos partidos.
As entrevistas têm duração de 30 minutos, e as íntegras ficarão disponíveis no Globoplay.
Ao longo desta semana, ainda serão sabatinados:
Terça-feira (24): Tabata Amaral (PSB)
Quarta-feira (25): Pablo Marçal (PRTB)
Quinta-feira (26): Guilherme Boulos (PSOL)
Sexta-feira (27): Ricardo Nunes (MDB)
A equipe do Fato ou Fake checou algumas das principais declarações. Leia:
“São quase um milhão de pessoas que moram em áreas de risco (de enchentes) em São Paulo.”
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#NÃOÉBEMASSIM. Veja por quê: Segundo dados da Defesa Civil do Município de São Paulo, compilados entre maio de 2023 e junho deste ano, 219.700 famílias ou moradias estão localizadas em regiões com riscos de deslizamento ou enchentes.
A Defesa Civil não contabilizou o número total de pessoas, no entanto, conforme dados do Censo Demográfico de 2022 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a cidade de São Paulo tem uma média de 2,65 moradores por residência. Considerando este número, o total de pessoas que vivem em regiões de risco de enchentes e deslizamentos na capital paulista é de 582.205 moradores.
A assessoria do candidato foi procurada para esclarecer a origem dos dados utilizados na afirmação, porém não obteve retorno até a última atualização da reportagem.
“São 16 mil médicos, 12 mil enfermeiros, se precisar de mais, nós vamos contratar.”
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#NÃOÉBEMASSIM. Veja por quê: Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, o número de médicos na capital, na verdade, é 26.145. Enquanto em relação aos enfermeiros, o candidato acertou. No total são 12.069 profissionais.
O Fato ou Fake entrou em contato com a assessoria do candidato para esclarecer a origem desses dados, mas não obteve resposta.
“A partir de um momento em que um cidadão responsável pela saúde (de um dependente químico) determinar que quem está quimicamente tomado pela droga tem que ser tratado, a internação compulsória tem que ser atendida, é lei.”
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A declaração é #FATO. Veja por quê: É possível internar um dependente químico contra a vontade dele, conforme a Lei Federal 13.840/2019, conhecida como Nova Lei de Drogas.
A internação involuntária — sem o consentimento do paciente — pode ser solicitada por um familiar ou responsável legal. Na ausência deles, um servidor público da área de saúde, assistência social ou de órgãos públicos integrantes do Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas (Sisnad) também podem requisitar.
Esta internação terá duração máxima de 90 dias e dependerá de avaliação sobre o tipo de droga, o padrão de uso e a comprovação da impossibilidade de uso de outras alternativas terapêuticas.
“A prefeitura é o terceiro orçamento do país. São R$ 112 bilhões de orçamento, mais R$ 56 bilhões de impostos”.
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#NÃOÉBEMASSIM. Veja por quê: A Prefeitura de São Paulo tem, na verdade, o quarto maior orçamento do país. Segundo a Lei Orçamentária Anual (LOA) 2024 da cidade de São Paulo, aprovada pela Câmara Municipal no ano passado, o orçamento da capital para o ano vigente é de R$ 111,8 bilhões.
O valor fica atrás dos orçamentos da União (R$ 5,4 trilhões), do estado de São Paulo (R$ 328 bilhões) e do estado de Minas Gerais (R$ 115,4 bilhões).
Em relação aos impostos, a Secretaria Municipal da Fazenda informou que a capital paulista arrecadou R$ 51,4 bilhões em tributos no ano de 2023, e não R$ 56 bilhões, como afirmou o candidato.
Questionada sobre a origem dos dados, a equipe de Datena não se manifestou.
“Esse sujeito que foi condenado por crime qualificado, bandido, que me acusou de inverdades, vai responder no foro adequado, que é onde o bandido tem que responder, que é na Justiça.”
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A declaração é #FATO. Veja por quê: O empresário Pablo Marçal — candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PRTB — foi condenado a quatro anos e cinco meses de prisão por furto qualificado pela fraude pela Justiça Federal de Goiás, em 2010. Apesar da condenação, ele não cumpriu pena, pois a pena prescreveu.
A ação começou em 2005, no âmbito da Operação “Pegasus”, deflagrada pela Polícia Federal quando Marçal tinha 18 anos. Com outros suspeitos, ele foi réu no processo que acusou supostos criminosos que desviaram dinheiro de contas de bancos, como Caixa e Banco do Brasil.
O grupo foi acusado, de acordo com o processo, de criar sites falsos dos bancos públicos para desviar dinheiro de correntistas, com condenação em maio de 2010. A defesa entrou com recurso, analisado em segunda instância em 2018.
Em julho do ano passado, Marçal também foi alvo de outra operação da Polícia Federal. Ele é investigado por crimes de falsidade ideológica eleitoral, apropriação indébita eleitoral e lavagem de dinheiro durante as eleições do ano anterior.
“Temos 1 milhão e 300 mil pessoas passando fome em São Paulo. 3 mil crianças na rua.”
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A declaração é #FATO. Veja por quê: Existem 1,4 milhão de pessoas na cidade de São Paulo em situação de insegurança alimentar grave — quando se passa pela experiência da fome por falta de dinheiro para comprar alimentos. O número é o equivalente a 12,5% do total da população da capital.
Os dados são de um estudo realizado pelo Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional da capital em parceria com o Observatório de Segurança Alimentar e Nutricional da Cidade de São Paulo (OBSANPA) e da Unifesp e da UFABC. A pesquisa utilizou a base de dados do IBGE, além de 3.300 entrevistas realizadas na capital entre maio e julho de 2024.
Já a quantidade de crianças e adolescentes vivendo em situação de rua é de 3.759. Os dados são do último censo de Prefeitura de São Paulo, realizado em 2022 após 15 anos sem nenhum levantamento sobre este grupo na cidade.
Participaram da checagem: Gustavo Honório, Letícia Dauer, Mel Trindade, Paula Paiva Paulo e Victor Meneses
José Luiz Datena (PSDB) dá entrevista ao SP1; veja íntegra
Fato ou Fake explica:
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