Em Haia, Brasil defende solução que permita a criação de um Estado Palestino independente


País discursou nesta terça-feira (20) na Corte Internacional de Justiça como parte do caso que discute as políticas e práticas de Israel em territórios palestinos ocupados. Em Haia, Brasil defende solução que permita a criação de um Estado Palestino independente
Jornal Nacional/Reprodução
O Brasil discursou nesta terça-feira (20) na Corte Internacional de Justiça, em Haia, na Holanda, como parte do caso que discute as políticas e práticas de Israel em territórios palestinos ocupados.
O principal tribunal das Nações Unidas começou na segunda-feira (19) a ouvir os argumentos de 52 países referentes a um processo aberto em dezembro de 2022. Ou seja, antes da guerra entre Israel e Hamas.
O caso atende a uma resolução da Assembleia Geral da ONU, que pediu uma opinião da Corte sobre as consequências jurídicas da ocupação israelense de territórios palestinos, incluindo Jerusalém Oriental.
A representante brasileira, Maria Clara de Paula Tusco, discursou nesta terça-feira (20). Ela disse que a expectativa do Brasil é que o tribunal reafirme a ilegalidade da ocupação israelense e declare que há uma violação das obrigações internacionais, e pediu que o tribunal considere ações e omissões de Israel. Citou como exemplos o confisco de terras, a destruição de propriedades, a construção de assentamentos e a adoção de medidas para alterar a composição demográfica nos territórios palestinos.
A representante ressaltou também que o Brasil defende uma solução que permita a criação de um Estado Palestino independente, soberano e economicamente viável, coexistindo com Israel em paz e segurança.
Israel não compareceu às audiências e enviou uma declaração por escrito, afirmando que um parecer consultivo da Corte Internacional seria prejudicial para um acordo com os palestinos.
No norte da Faixa de Gaza, a ONU informou que teve que suspender a distribuição de alimentos e água potável porque alguns caminhões foram saqueados.
O Ministério das Relações Exteriores do Catar informou nesta terça-feira (20) que o Hamas recebeu medicamentos destinados aos reféns que ainda estão sob poder dos terroristas em Gaza. O acordo para entrega do material foi mediado pelo Catar e pela França, e prevê, em troca, a entrada de ajuda humanitária para os civis no território.
Em Nova York, o Conselho de Segurança da ONU se reuniu para discutir a situação na Faixa de Gaza. Os Estados Unidos vetaram uma proposta de cessar-fogo imediato apresentada pela Argélia. É a terceira vez desde o começo da guerra em Gaza que os americanos vetam um texto que pede o fim da violência na região.
Ao explicar o veto do país, a embaixadora Linda Thomas-Greenfield afirmou que os Estados Unidos querem apoiar uma resolução de cessar-fogo temporário para que todos os reféns sejam libertados e para que os civis palestinos recebam a ajuda de que necessitam desesperadamente.
Nos últimos dias, veículos de imprensa americanos têm afirmado que os Estados Unidos devem apresentar em breve uma nova resolução ao Conselho de Segurança sobre a guerra em Gaza nos termos citados nesta terça-feira (20) pela embaixadora.
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