‘Quem paga?’: protesto ambiental põe pergunta gigante em banco de areia criado pela maior seca da Amazônia


Greenpeace diz que comunidades vulneráveis estão pagando pelas consequências das mudanças climáticas na Amazônia, como os povos indígenas e os pescadores. Ativistas criticam o uso contínuo de combustíveis fósseis. ‘Quem paga?’: Greenpeace protesta em banco de areia criado pela maior seca da Amazônia
Uma equipe de ativistas ambientais do Greenpeace Brasil instalou na sexta-feira (20) uma enorme mensagem num banco de areia que surgiu no meio de um dos principais rios da bacia amazônica, que está sofrendo com a pior seca já registrada.
“Quem paga?”, lia-se do alto nas letras feitas de tecido, referindo-se aos danos ambientais causados à Amazônia por mudanças climáticas e aquecimento global –algo que a organização afirma ser consequência direta do uso contínuo de combustíveis fósseis (veja o vídeo acima).
‘Quem paga?’, lê-se em mensagem de protesto feito pelo Greenpeace em um banco de areia do rio Solimões em Manacapuru (AM)
Jorge Silva/Reuters
A seca reduziu o nível da água do Rio Solimões a níveis sem precedentes, expondo o leito do rio em frente à cidade de Manacapuru, um pouco rio acima da capital Manaus, onde se junta ao Rio Negro para formar o poderoso Amazonas.
É o segundo ano consecutivo de seca crítica que tem deixado marcas na floresta tropical, alimentando grandes incêndios florestais e deixando comunidades ribeirinhas isoladas por falta de transporte, pois os rios se tornaram muito rasos para a passagem de barcos.
“Queremos enviar uma mensagem de que as mudanças climáticas já estão afetando até mesmo a maior floresta tropical do mundo e secando seus rios”, disse o porta-voz do Greenpeace Brasil, Romulo Batista.
‘Quem paga?’, lê-se em mensagem de protesto feito pelo Greenpeace em um banco de areia do rio Solimões em Manacapuru (AM)
Jorge Silva/Reuters
Ele acrescentou que comunidades vulneráveis estão pagando pelas consequências das mudanças climáticas na Amazônia, como os povos indígenas, os pescadores e outros moradores cujas casas flutuantes se encontram encalhadas em rios que estão secando.
“São as pessoas que vivem fora das cidades da Amazônia que estão pagando o maior preço por esse evento climático extremo causado pelas indústrias de petróleo e gás ao redor do mundo”, disse Batista.
A seca aumentou a temperatura da água nos rios e lagos, matando peixes e colocando botos em perigo.
Na quarta-feira (18), no banco de areia do rio Solimões, a água foi medida a 40° C, uma temperatura insuportável para os peixes e os botos. Peixes morrendo e esqueletos de peixes foram encontrados no banco de areia.
Ativistas do Greenpeace preparam mensagem de protesto no chão craquelado de um banco de areia formado no leito do rio Solimões em Manacapuru (AM)
Jorge Silva/Reuters

Adicionar aos favoritos o Link permanente.