Antes de ser preso, suspeito de ataque a carro-forte teve ajuda de amigo que definia escala médica em UPA, diz polícia


Para investigadores, prestador de terceirizada tentou convencer equipe de atendimento em Valinhos (SP) que ferimento no pé de Roberto Lafaeff tinha sido causado por acidente de trabalho e não por disparo de arma de fogo. Polícia Civil pediu prisão do investigado. Um homem preso após procurar atendimento com um ferimento grave no pé, e suspeito de participação a um ataque a carro-forte na região de Franca (SP), contou com a ajuda de um amigo que trabalhava para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em Valinhos (SP), aponta um relatório da Polícia Civil.
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Segundo os investigadores, Roberto Marques Trovão Lafaeff, de 36 anos, teve o auxílio de Marcos Vinicius Cavalcanti Pereira da Silva, prestador de serviços de uma empresa terceirizada e responsável pela escala médica da UPA, na tentativa de que ele não fosse descoberto no encaminhamento dentro da unidade.
Para a polícia, que pediu a prisão preventiva do prestador de serviços, Silva tentou convencer os médicos em Valinhos de que o ferimento tinha sido causado por um acidente de trabalho e não pelo disparo de uma arma de fogo durante o assalto à empresa de valores na Rodovia Cândido Portinari (SP-334), em Restinga (SP), suspeita levantada por médicos que mais tarde levou à prisão de Lafaeff.
Procurada, a defesa de Marcos Vinicius Cavalcanti Pereira da Silva informou que seu cliente não cometeu nenhum crime por ajudar um paciente a ter socorro médico e que ele não tinha influência para ludibriar os atendimentos.
Prestador de serviços de UPA ajudou suspeito de ataque a carro-forte durante atendimento em Valinhos, diz polícia
Reprodução/EPTV
“Além do mais, ele não é médico para saber qual a razão da lesão de pacientes que procuram atendimento”, disse o advogado José Luiz do Carmo Chaves.
A Secretaria Municipal de Saúde de Valinhos confirmou que Silva é escalista de uma empresa terceirizada, que atua em vários municípios, e não cumpre jornada fixa em Valinhos. Além disso, reforçou que todas as informações foram repassadas às autoridades policiais.
Até a última atualização desta notícia, não havia informações sobre o parecer da Justiça com relação ao pedido de prisão de Pereira da Silva.
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Prisão após ataque a carro-forte
Roberto Marques Trovão Lafaeff, de 36 anos, está preso por suspeita de envolvimento no ataque ao carro-forte na região de Franca, SP
Arquivo pessoal
Roberto Lafaeff é suspeito de ser um dos envolvidos na tentativa de assalto a um carro-forte da Protege, especializada em logística de valores, no dia 9 de setembro, em uma ação que teve a participação de pelo menos 16 criminosos em posse de uma carga intensa de explosivos e fuzis capazes de ‘rasgar vidros blindados’, segundo a polícia.
Os suspeitos foram perseguidos em pelo menos três rodovias, houve troca de tiros e cinco pessoas ficaram feridas: três funcionários da Protege, um policial do Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep) e um funcionário de uma usina a bordo de uma caminhonete que passava por uma estrada no mesmo momento que os criminosos.
Suspeito de ataque a carro-forte foi preso em Valinhos
Reprodução/EPTV
Lafaeff foi preso no mesmo dia, depois de ser internado na UPA de Valinhos, onde um médico acionou a Polícia Militar, alegando que o ferimento no pé do paciente foi causado, aparentemente, por munição de fuzil.
Ele também levantou suspeitas por ter apresentado um documento falso, segundo a Polícia Militar. Além disso, quando mencionou que havia se machucado ao trabalhar em uma construção, se referiu a um endereço que não estava em obras, de acordo com as autoridades policiais.
Depois de receber alta da Santa Casa da mesma cidade, ele foi levado para Franca, onde passou pela Cadeia do Guanabara antes de ser transferido para o Centro de Detenção Provisória (CDP). Durante depoimento à Polícia Civil, ele permaneceu em silêncio.
Ferimento no pé de suspeito de participar do ataque a carro-forte na região de Franca
Reprodução/EPTV
Amigo ajudou suspeito, diz polícia
No inquérito constam imagens de circuito de segurança que mostram a chegada de Lafaeff e Silva à UPA em veículos diferentes, mas em horários próximos, no dia 9 de setembro. O prestador de serviços chega em um Renault Kwid às 18h59, enquanto Lafaeff chega, levado por uma caminhonete, às 19h07.
As câmeras também captaram Silva ajudando Lafaeff a ser retirado do banco traseiro do veículo, além de ser levado e acompanhado por ele em uma cadeira de rodas no interior da unidade, onde Lafaeff alegou ser mestre de obras e ter machucado o pé ao cair de uma altura de 3 metros e ter tranfixado o pé em uma barra de aço.
No relatório da investigação, a Polícia Civil relata que Silva, por ser funcionário responsável pelas escalas e horários da unidade médica, “possuiria grande influência na UPA” e que tentou fazer uso dela.
“Resolveu utilizar-se de tal para encaminhar a pessoa de Roberto Marques Trovão Lafaeff ao atendimento na UPA Valinhos, com o fito tentar ludibriar a atenção médica à lesão existente no pé, fazendo-se crer tratar-se de acidente laboral em obra de construção, quando na verdade tratava-se de indivíduo baleado na tentativa de roubo a carro forte”, descreve o documento.
Imagens mostram prestador de serviços ajudando suspeito de ataque a carro-forte em UPA de Valinhos, SP
Reprodução/EPTV
O documento também dispõe do print de uma troca de mensagens em que, segundo os investigadores, o prestador de serviços ofereceu um “bônus” a uma médica pelo atendimento.
Segundo o relatório, quando médicos desconfiaram da causa do ferimento, a Polícia Militar foi acionada e chegou ao hospital às 20h44, mesmo horário em que Pereira da Silva foi visto deixando a unidade por outro local.
A Polícia Civil também registrou que ele foi embora no Renault Kwid em direção à Rodovia Anhanguera (SP-330).
Carro-forte pegou fogo durante ação de criminosos em Restinga, SP
Kaíque Castro/EPTV
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