Planeta 9: lugares onde buscar mundo hipotético estão acabando

Planeta 9: lugares onde buscar mundo hipotético estão acabandoDaniele Cavalcante

As buscas pelo hipotético Planeta 9, que estaria em alguma região além da órbita de Plutão, ganharam uma perspectiva pouco otimista. Um novo estudo mapeou as regiões do Sistema Solar onde astrônomos não encontraram o objeto, e concluiu que resta poucas regiões para procurar.

Os pesquisadores conduziram o novo estudo utilizando dados do Data Release 2 (DR2) do Pan-STARRS, coletados pelo Observatório Haleakala. O objetivo é restringir as possíveis localizações do Planeta Nove, baseado nas buscas já realizadas que não tiveram sucesso.

Assim, os autores reduziram aproximadamente 78% das localizações potenciais calculadas anteriormente. Isso significa que o Planeta Nove deve estar nos 22% restantes, ou provavelmente não existe.

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O estudo também forneceu novas estimativas para a distância máxima orbital, que seriam de 500 UAs (uma UA, ou unidade astronômica, equivale à distância média entre a Terra e o Sol). Quanto à massa, os autores estimam que seja de 6,6 vezes a massa da Terra.

Segundo Michael Brown, autor principal do estudo, o Planeta Nove “seria o quinto maior planeta do nosso Sistema Solar e o único com uma massa entre a Terra e Urano. Esses planetas são comuns em torno de outras estrelas, e de repente teríamos a chance de estudar um em nosso próprio Sistema Solar”.

Além disso, Brown afirma que “há muitos sinais separados de que o Planeta Nove está lá. O Sistema Solar é muito difícil de entender sem o Planeta Nove”. Caso a existência deste mundo seja completamente descartada no futuro, os astrônomos terão que pensar em outras explicações para as órbitas estranhas de alguns objetos transnetunianos.

Sobre o Planeta 9

Cogitado inicialmente logo após a descoberta de Netuno em 1846, o Planeta 9 se tornou o centro das atenções na última década graças ao trabalho de alguns cientistas que calcularam órbitas incomuns nos confins do Sistema Solar.

Os corpos que apresentam tais órbitas são classificados como objetos transnetunianos extremos (ou ETNOs, na sigla em inglês), ou seja, ficam muito além da órbita de Netuno.

Já os ETNOs são objetos cujo periélio (o ponto orbital em que ficam mais próximos do Sol) é maior do que 30 UAs, e o afélio (ponto em que ele fica mais afastado do Sol) é superior a 150 UA.

Alguns ETNOs têm características orbitais que não podem ser explicadas sem a presença de um corpo massivo naquelas regiões. Segundo os cálculos, esse objeto deve ser tão grande quanto um planeta maior que a Terra.

Os estudos mais recentes variam entre aqueles que favorecem a existência do planeta, e os que diminuem as chances de que ele seja real. Uma resposta definitiva pode vir após a inauguração do observatório Vera Rubin, prevista para 2025.

Um artigo com os resultados do novo estudo foi publicado no arXiv.org, ainda sem revisão de pares.

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