Governo Biden responsabiliza Rússia e diz que vai impor pacote de ‘severas’ sanções por morte de Navalny


Segundo o porta-voz de segurança nacional da Casa Branca, John Kirby, o pacote irá “responsabilizar a Rússia pelo que aconteceu com Navalny” e pelas ações do governo russo ao longo da guerra na Ucrânia. Navalny morreu na sexta-feira (16) em uma prisão na Rússia e a suspeita é de que ele tenha sido assassinado a mando do presidente Vladimir Putin. John Kirby durante entrevista coletiva na Casa Branca.
Evelyn Hockstein/Reuters
Os Estados Unidos anunciarão nesta sexta-feira (23) um “severo” pacote de sanções à Rússia pela morte de Alexei Navalny, líder da oposição ao governo de Vladimir Putin, disse o porta-voz de segurança nacional da Casa Branca, John Kirby, nesta terça-feira (20).
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O pacote irá “responsabilizar a Rússia pelo que aconteceu com Navalny” e pelas ações do governo russo ao longo da guerra na Ucrânia, disse Kirby.
As sanções dos EUA coincidirão com o aniversário de dois anos da guerra na Ucrânia, no próximo sábado (24). Kirby não forneceu detalhes sobre as sanções que serão tomadas.
A causa da morte de Navalny ainda não foi revelada, mas John Kirby insistiu na opinião da comunidade internacional, de que a responsabilidade pela morte recai sobre o presidente russo Vladimir Putin. “Independentemente da resposta científica, Putin é responsável por isso,” disse.
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Reprodução/TV Globo
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Corpo ocultado
A viúva e de Alexei Navalny, Yulia Navalnaya, e sua mãe, Lyudmila Navalnaya, exigiram que o governo russo devolva o corpo de Alexei para que ele possa “ser enterrado com dignidade”.
O opositor de Vladimir Putin morreu na sexta-feira (16) em uma prisão na Rússia e a suspeita é de que ele tenha sido assassinado a mando do presidente.
“Devolvam o corpo de Alexei e deixe-o ser enterrado com dignidade, não impeça as pessoas de se despedirem dele. E peço a todos os jornalistas: não perguntem sobre mim, perguntem sobre Alexei”, disse Yulia na rede social X (antigo Twitter).
Em vídeo na frente da prisão IK-3 Lobo Polar, onde Navalny morreu, sua mãe Lyudmila reforçou que quer ter o corpo de seu filho volta. Ela denunciou que pelo quinto dia seguido ela tem o acesso ao corpo de Alexei negado e não tem nenhuma informação do governo russo.
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A família e aliados informaram que Lyudmila recebeu no último sábado a confirmação da morte do filho. Porém, desde então, o governo russo diz que não entregará corpo até concluir investigação da causa da morte.
Segundo a porta-voz do opositor russo, Kira Yarmysh, o corpo de Alexei Navalny está escondido para sumir com vestígios de assassinato.
O jornal russo Novaya Gazeta revelou no domingo (18) que o corpo de Alexei Navalny tem sinais de hematomas e convulsões. As marcas não seriam consequência de espancamento e também indicariam tentativas de massagem cardíaca em Navalny.
Desde que a morte de Navalny foi anunciada, na sexta (16), a causa da morte não foi informada e o governo russo disse não ter nenhum detalhe a respeito. O Kremlin disse apenas que está investigando o caso.
A porta-voz de Navalny disse que os investigadores russos transferiram o corpo de uma colônia penal no Ártico para a cidade vizinha de Salekhard, onde seria examinado. A expectativa dos familiares era que o corpo já estivesse liberado.
Porém, a porta-voz de Navalny afirmou que o Comitê de Investigação, responsável pelas investigações penais na Rússia, comunicou que o inquérito sobre a morte de Navalny “foi prolongado”.
“Não se sabe até quando vai prosseguir. A causa da morte continua sendo ‘indeterminada’. Eles mentem, tentam ganhar tempo e nem sequer escondem”, completou
O Kremlin também confirmou que a investigação “segue em curso” e não chegou a nenhuma conclusão.
Nas redes sociais, porém, a porta-voz de Navalny afirmou que o teste de 14 dias para descobrir a causa é uma “mentira descarada”. Para ela, o tempo será usado esconder sinais de que ele foi morto.
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Morte de Navalny
O Serviço Penitenciário Russo (FSIN) informou que Alexei Navalny morreu na sexta-feira, depois que perdeu a consciência durante uma caminhada.
Navalny, de 47 anos, era um ex-advogado que ficou conhecido ao fazer acusações de corrupção ao governo do presidente Vladimir Putin. Ele se apresentava como um político liberal e principal adversário do atual presidente.
Na década de 2010, por exemplo, liderou um movimento contra Putin que levou milhares de pessoas às ruas do país. Já em 2018, ele convocou outra manifestação chamada de “greve de eleitores” após Putin ser eleito.
O opositor do atual governo foi sentenciado à prisão até completar 74 anos por acusações que, segundo ele, foram forjadas para mantê-lo afastado da política.
Os Estados Unidos e a União Europeia culparam o governo Putin pela morte. O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, afirmou estar “profundamente entristecido e perturbado” pela morte e exigiu que a Rússia esclareça as circunstâncias do ocorrido.
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