É #FAKE que g1 publicou que falta de insumos ameaça indústria de papelão

Imagem é uma montagem fraudulenta. Indústria de papelão e especialista desmentem alegações falsas. É #FAKE que g1 publicou que falta de insumos ameaça indústria de papelão
Reprodução
Circula nas redes sociais uma imagem que imita a aparência de uma página do g1 afirmando que a falta de insumos ameaça a indústria de papelão.” É #FAKE.
selo fake
g1
A publicação falsa diz, no título: “Colapso à vista: Falta de insumos ameaça indústria de papelão, que pode deixar mercados desabastecidos!” E no subtítulo: “Com a falta de matéria prima e com o mercado aquecido, o fornecimento de caixas e embalagens está cada vez mais incerto. E o pior, muitas empresas podem ficar sem embalagens para suas mercadorias, causando prejuízos irreparáveis.”
O g1 não publicou uma reportagem com esse título e conteúdo. A imagem é uma montagem fraudulenta. Comuns em mensagens falsas, erros gramaticais também denunciam a fraude. O tom alarmista, com as mensagens “colapso à vista” e “prejuízos irreparáveis” também são característicos de conteúdos falsos.
O Fato ou Fake mostrou a imagem falsa para a Associação Brasileira de Embalagem em Papel (Empapel), que representa as companhias do setor de embalagens de papel. Consultou também Rafael Barisauskas, professor de economia da Fecap e economista sênior para América Latina da FastMarkets. A Empapel e o especialista refutam as alegações contidas na mensagem falsa.
A Empapel aponta que não é verdade que falte matéria-prima para produção de papelão. A entidade informa que:
O Brasil dispõe de matéria-prima suficiente para atender seu mercado interno e até para exportar;
O Brasil apresenta uma das maiores taxas de reciclagem de papel do mundo (75,8% em 2022, por exemplo). “Portanto, não há fundamento para se falar em falta de matéria-prima para fabricação de embalagens de papel”, diz a nota.
As companhias do setor de embalagens vêm aumentando sua capacidade de produção e expandindo unidades;
A Empapel afirma ainda que o mercado de papelão está aquecido. “O mercado de embalagens de papel, no qual o papelão ondulado está inserido como o maior volume, teve forte desempenho no primeiro semestre, e segue com bom desempenho nos últimos dois meses, como atestado pelo Índice Brasileiro do Papel Ondulado (IBPO), que há duas décadas é medido pela FGV”.
A associação sustenta que, apesar de o mercado estar aquecido, “a demanda tem sido bem atendida.”
Rafael Barisauskas também afirma que não é verdade que falta matéria prima para produção de embalagens e o mercado está à beira de um colapso. “O mercado de papel para embalagens de fato está ligeiramente mais apertado agora do que no início do ano, mas isso não significa que faltará matéria-prima nem que ele está à beira de um colapso. As condições atuais são normais”, diz.
De acordo com o especialista, os motivos pelo aperto recente são:
Maior demanda interna para atender o aumento nas exportações de proteína animal;
Aumento nas exportações brasileiras de papel diante da forte demanda sul-americana e também câmbio favorável;
Perspectiva de redução na produção temporariamente no último trimestre diante de paradas para manutenção de produtores locais (algo já programado pelo mercado);
Ligeira dificuldade na obtenção de aparas (sobras dos cortes) para produção de papel reciclado depois das enchentes no Rio Grande do Sul, situação que já foi normalizada (houve alta nos preços de aparas e o Brasil importou um pouco para balancear o mercado interno).
“Dizer que o mercado está à beira de um colapso não me soa correto. Naturalmente, observamos que alguns corrugadores e fabricantes pequenos não integrados optaram por manter estoques muito baixos ao longo de 2024 – o que se tornou uma estratégia bastante equivocada diante da perspectiva de aperto no balanço entre a oferta e a demanda projetada para o ano. Nesses casos, é provável que essas empresas enfrentem dificuldade na compra das chapas de papelão, mas não significa que o mercado está desabastecido nem que estará”, afirma.
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Fato ou Fake explica:
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