Sargento condenado por matar adolescente em ação policial é expulso da PM após fugir de presídio e ser preso nos Estados Unidos


Conselho de ética da PM votou por unanimidade pela exclusão do condenado. Identidade militar de Paulo Antônio e de seus dependentes serão recolhidas Paulo Antônio de Souza Júnior, expulso da Polícia Militar após condenação por homicídio e fuga de presídio, Goiás
Wildes Barbosa/O Popular
O sargento Paulo Antônio de Souza Júnior, condenado por matar o adolescente Roberto Campos da Silva em uma ação policial, foi expulso da Polícia Militar (PM) após fugir de um presídio em Goiânia e ser preso nos Estados Unidos. De acordo com a decisão publicada no Diário Oficial do Estado de Goiás, o conselho de ética da PM votou por unanimidade pela exclusão do condenado.
“Paulo Antônio de Souza Júnior é culpado das acusações que lhe pesam, não pressupondo as condições para permanecer como policial militar da ativa, aplicando ao disciplinando a sanção administrativa disciplinar de exclusão a bem da ética e disciplina”, diz a decisão.
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A decisão foi publicada na quarta-feira (18). O g1 não conseguiu contato com a defesa do ex-militar até a última atualização desta reportagem.
Na decisão, foi determinado que a identidade militar de Paulo Antônio e de seus dependentes fossem recolhidas. O ex-sargento, que foi preso em Atlanta, no estado americano da Geórgia, esteve foragido por 10 meses desde a fuga do presídio, em outubro de 2023, até julho deste ano.
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Fuga de presídio
Paulo Antônio fugiu da unidade militar onde trabalhava para a remissão da pena em 20 de outubro de 2023. A informação foi confirmada pela Polícia Militar (PM), em nota.
Segundo a PM, Paulo não retornou ao presídio militar após o expediente administrativo ao final do trabalho que fazia para remissão de pena, em uma unidade militar do Comando de Missões Especiais (CME).
Prisão nos Estados Unidos
O ex-militar foi preso em Atlanta em 27 de julho deste ano por uma agência americana que prende imigrantes sem documentação. Em fevereiro deste ano, quatro meses após a fuga do presídio militar, o nome de Paulo Antônio foi adicionado na lista vermelha de difusão da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), onde aparecem procurados da justiça do mundo inteiro.
Condenado por matar adolescente
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Arquivo pessoal
Paulo Antônio de Souza Júnior foi condenado a 21 anos e 4 meses de prisão pela morte de Robertinho, que tinha 16 anos, e por balear o pai do adolescente. O crime aconteceu em 2017, e o julgamento teve uma série de adiamentos.
Durante o júri popular, em junho de 2023, Rogério Rangel Araújo Silva recebeu a sentença de 10 anos e 8 meses de prisão por participação no crime. Cláudio Henrique da Silva também foi condenado a 10 anos e 8 meses de prisão. Eles também são policiais militares.
Em entrevista ao g1, Roberto Lourenço, pai da vítima, relatou os sentimentos sobre a morte do adolescente. “Parece que [a morte] foi ontem, é uma dor sem fim”, disse o pai.
Relembre o caso
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O crime aconteceu em abril de 2017, em Goiânia. Os três PMs condenados estavam à paisana e foram até a casa do pai de Robertinho, que estava com o filho e a esposa, e desligaram o relógio de energia.
Assustado, Roberto pegou uma arma que tinha em casa, adquirida após sofrer um assalto, e deu um tiro para cima. Na sequência, foram dados vários tiros de fora da casa para dentro.
De acordo com a investigação, Robertinho foi atingido por mais de dez disparos e morreu no local. Os militares, porém, alegaram legítima defesa.
Roberto também foi baleado e socorrido. Ele recebeu alta tempos depois, mas não se recuperou totalmente, pois ainda tem projéteis no corpo que não foram retirados, o que lhe causa uma série de dores.
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