Marido de juíza muda versão sobre arma usada para matar homem em seu rancho

À Polícia Militar, disse que a arma pertencia ao homem morto, mas na delegacia disse que a arma era dele. Defesa disse que houve um mal-entendido. Marido de juíza muda versão sobre arma usada para matar homem em seu rancho
O marido da juíza que foi preso suspeito de matar um homem em Niquelândia, no norte goiano, deu duas versões diferentes sobre a arma usada no crime. À Polícia Militar, disse que a arma pertencia ao homem morto. Mas em depoimento à Polícia Civil, disse que a arma era dele. Entenda detalhes de cada versão abaixo.
✅ Clique e siga o canal do g1 GO no WhatsApp
O g1 tentou contato com a defesa do investigado, mas não houve retorno até a última atualização da reportagem. À TV Anhanguera, o advogado Matheus Moreira Borges explicou que houve um “mal-entendido” entre o cliente e os policiais militares, pois o investigado estava muito nervoso.
“O que vai ser levado para os autos e o que vai ser analisado pelo magistrado é aquilo que ele falou em delegacia, que na hora ali, pressionado pela polícia, nunca tinha passado por isso, a gente não sabe o que ele teria dito”, afirmou à TV Anhanguera.
O advogado de defesa também reforçou que a reação do investigado, de matar o homem, foi “motivada pela necessidade de proteger seus entes queridos, especialmente seu neto, uma vez que ele nunca havia tido qualquer contato anterior com a vítima”. Veja o posicionamento completo ao final da reportagem. O marido da juíza chegou a ser preso, mas pagou fiança de R$ 10 mil.
Versão dada à PM
O crime aconteceu no sábado, 14 de setembro, do lado de fora do condomínio de chácaras em que a família da juíza mora. Ao ser abordado e detido pelos policiais militares, o suspeito confessou o crime dizendo que um homem pulou o muro da casa dele e, por motivos desconhecidos, começou a arrastar o neto dele, de 9 anos.
Ao ver a situação, o investigado disse aos policiais militares que correu em direção ao homem, mas que ele conseguiu fugir, pulando novamente o muro. O marido da juíza disse que correu atrás do homem e que, na rua, o desconhecido sacou uma arma e atirou contra ele, mas errou o disparo.
Aos policiais militares, o marido da juíza também afirmou que entrou em luta corporal com o desconhecido e, com isso, conseguiu desarmá-lo. Com a arma que seria do homem, então, disparou contra ele no rosto. Depois, voltou para a casa, informou o filho sobre o que tinha acontecido e fugiu de carro, tendo jogado arma num matagal.
Versão dada na delegacia
Na delegacia, a versão do investigado foi um pouco diferente. Em documento obtido com exclusividade pela TV Anhanguera, o marido da juíza contou que ouviu gritos de socorro do neto, que estava sendo agarrado pelas pernas pelo desconhecido.
O investigado afirmou que, temendo pela segurança de sua família, foi ao quarto, pegou uma arma e mandou o homem sair do local. Ele diz que o homem fugiu, mas continuou ameaçando retornar. Por isso, ele saiu do condomínio, tentando afastá-lo, e ao longo de uma caminhada de cerca de 150 metros, o homem avançou sobre ele.
O marido da juíza também disse na delegacia que, durante essa luta corporal, sem intenção clara, disparou acidentalmente contra o homem, causando a morte dele. Disse também que após o incidente, deixou o local e jogou a arma fora​.
Segundo o marido da juíza, o homem que invadiu sua propriedade parecia estar descontrolado falando de maneira desconexa, repetindo as palavras “matar, matar, matar”​. O investigado diz que não sabia se o desconhecido estava drogado ou embriagado.
Audiência de custódia
O investigado foi preso um dia depois do crime, em 15 de setembro. Durante audiência de custódia, a juíza responsável comentou a falta de clareza sobre o que motivou o crime, mas entendeu que não existia razão para manter o homem preso preventivamente
“O crime, não se sabe ao certo se praticado ou não em situação de legítima defesa ou imbuído de violenta emoção. Porém, é certo que foi a vítima quem invadiu a casa do custodiado, a qual, inclusive, estava embriagado. Assim, pelo menos nesse momento, eu entendo que a decretação da prisão preventiva não se faz presente”, disse a juíza em audiência de custódia.
Íntegra defesa marido da juíza
“Ontem, Francisco Canindé foi submetido à audiência de custódia, na qual lhe foi concedida a liberdade provisória, mediante o pagamento de fiança. A decisão levou em consideração o fato de ele ser réu primário, com 58 anos de idade, ressaltando que sua liberdade não representa risco à sociedade.
Além disso, a decisão também considerou que os eventos que resultaram na situação ocorreram quando a vítima, completamente embriagada, invadiu a propriedade de Francisco por volta das 22h e avançou de maneira agressiva em direção ao neto dele.
A defesa de Francisco destaca que sua reação foi motivada pela necessidade de proteger seus entes queridos, especialmente seu neto, uma vez que ele nunca havia tido qualquer contato anterior com a vítima.”

Adicionar aos favoritos o Link permanente.