Após aumento do nível, Rio Acre volta a reduzir e se aproxima de cotas históricas na capital


Nesta quarta-feira (18) o nível em Rio Branco estava em 1,29 metro. Nível ficou em 1,32 metro no domingo (15), na segunda (16) se manteve, mas voltou a reduzir desde esta terça-feira (17). Nível está 27 centímetros abaixo do registrado na mesma data no ano passado
Jardel Angelim/Rede Amazônica Acre
O nível do Rio Acre continua reduzindo e chegou, nesta quinta-feira (19), a 1,27 metro em Rio Branco. Após ficar a três centímetros da menor cota histórica, de 1,25 metro, o Rio Acre cresceu por dois dias seguidos no fim de semana e ficou em 1,32 metro no domingo (15). O índice se manteve na segunda (16), mas voltou a reduzir nesta terça (17), quando marcou 1,30 metro. (Veja oscilação do manancial em setembro)
⚠️Com isso, o nível está a apenas 2 centímetros da menor cota histórica de 1,25 metro.
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Segundo projeções da Defesa Civil, é possível que o nível continue baixando, podendo alcançar ou até superar a marca de 1,25 metro.
🚰 Seca: Toda a Bacia do Rio Acre está em situação de alerta máximo para seca, agravada em razão da falta de chuvas na região, situação que já perdura há dois meses;
👨🏽‍🦲 População afetada: Mais de 387 mil pessoas nas zonas urbana e rural de Rio Branco;
⚠️ Prejuízos: como resultado da seca, produtores perderam plantações e houve queda nas vendas. O baixo nível do manancial também afeta o transporte das mercadorias.
Na mesma data em 2023, o rio estava 27 centímetros acima do alcançado nesta quinta, com 1,54 metro segundo a Defesa Civil Municipal. Na comparação com 2022, a redução é ainda pior: na mesma data, o Rio Acre tinha 1,71 metro, segundo a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema).
Em 2016, o Rio Acre atingiu 1,30 metro pela primeira vez. Esta marca foi, na época, considerada a pior da história da capital acreana. O Departamento de Pavimentação e Saneamento do Acre (Depasa) chegou a gastar mais de R$ 2 milhões em equipamentos e insumos para manter o abastecimento na cidade na época.
Depois de chegar até a marca, o rio voltou a subir, mas foram necessários mais nove dias até que voltasse a ficar acima dos dois metros.
Rio no interior
Em meio à seca severa que atinge o Acre em 2024, dois rios chegaram a suas menores cotas históricas em dois municípios nessa segunda-feira (16). De acordo com o boletim diário da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), o Rio Acre marcou 67 centímetros em Brasiléia, enquanto o Rio Iaco se manteve em 34 centímetros no município de Sena Madureira, ambos no interior do estado.
Rio Acre voltou a alcançar a menor cota histórica em Brasiléia
Arquivo/Defesa Civil Municipal
Os dois rios já haviam batido as menores marcas no domingo (15), quando o Rio Acre ficou em 68 centímetros e o Rio Iaco chegou aos 34 centímetros mantidos na segunda. Além disso, ambos os trechos já estavam em tendência de redução do nível desde agosto. Há menos de um mês, Brasiléia registrou as menores marcas por três dias seguidos.
De acordo com a Defesa Civil Municipal, no dia 19 de agosto o rio chegou a 75 centímetros e se manteve na marca até o dia 20. No dia seguinte, 21 de agosto, o nível reduziu para 74 centímetros e voltou a cair, chegando a 73 centímetros no dia 22 daquele mês. Ainda em agosto, no dia 25, a nova cota histórica foi de 69 centímetros, superada no domingo.
Já a menor marca anterior do Rio Iaco foi registrada no dia 7 de setembro, quando ficou em 35 centímetros.
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Agora, em um cenário de seca que começou antes do esperado, no final de maio, e ainda distante do início do período chuvoso em outubro, a avaliação do órgão é que é possível ultrapassar a marca histórica de 2022.
“Já há um plano de contingência para o caso do rio ficar abaixo de 1,25 metro”, explica o coordenador da Defesa Civil do Acre, coronel Carlos Batista.
A seca já afeta, direta e indiretamente, mais de 387 mil pessoas apenas na capital acreana. As mais atingidas, entretanto, são as comunidades da zona rural. Desde junho, equipes da Defesa Civil Municipal levam carros-pipas para atender os moradores dessas regiões.
“Todos nós somos afetados pela seca extrema e suas várias consequências. Há impacto na produção, na agricultura, na pecuária, no abastecimento de água potável, incêndios florestais que emanam gases que afetam a saúde de todos nós”, explica Batista.
Alerta máximo
O governo do estado decretou, no dia 11 de junho, situação de emergência por conta da seca e emergência ambiental por causa da redução da quantidade de chuvas e riscos de incêndios florestais.
Toda a Bacia do Rio Acre está em situação de alerta máximo para seca, agravada em razão da falta de chuvas na região. Esta situação generalizada perdura há dois meses. Já o manancial em Rio Branco se encontra abaixo de 4 metros há mais de três meses.
As oscilações têm sido frequentes desde que o manancial ficou abaixo de 4 metros na capital, e mais precisamente este mês, quando o chegou a ultrapassar 1,50 metro e depois voltou a reduzir.
A situação acima contrasta com a vivenciada entre fevereiro e março, quando o Acre passou pela segunda maior enchente de sua história desde 1971, ano em que a medição começou a ser feita. Na época, a inundação provocada pelo Rio Acre fez com que mais de 11 mil pessoas deixassem suas casas. Agora os acreanos vivem o contrário da cheia.
Na primeira foto, Rio Acre alcança Ponte Metálica em março; na segunda, manancial registra um dos menores índices do ano em agosto
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Foi montado um gabinete de crise para discutir e tomar as devidas medidas com redução dos índices de chuvas e dos cursos hídricos, bem como do risco de incêndios florestais. O decreto com a criação deste grupo foi publicado no dia 26 de junho, em edição do Diário Oficial do Estado (DOE), e fica em vigência até dia 31 de dezembro deste ano.
Em 2022, a seca levou o Rio Acre a bater recordes negativos pelo menos quatro vezes. A cota histórica era de 1,30 metro, registrada em 2016.
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Há dois anos, o manancial marcou esse nível no dia 10 de setembro. No dia 11, o rio reduziu para 1,29 metro, e depois seguiu em baixa até o dia 29 quando chegou a 1,26 metro. Na manhã do dia 2 de outubro o nível chegou à marca de 1,25 metro, a menor da série histórica iniciada em 1971.
No ano passado, o decreto de emergência foi publicado em outubro. O coordenador estadual da Defesa Civil, coronel Carlos Batista, disse que o plano estadual de contingenciamento já foi elaborado.
No dia 28 de junho, o prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, também assinou um decreto de emergência em razão do baixo nível do Rio Acre e da falta de chuvas.
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