Suspeito de perseguir mulher há sete anos na Bahia é transferido para presídio


Ubiratan dos Santos recebeu alta do Hospital de Base e foi levado para o Conjunto Penal de Itabuna, no sul do estado, nesta quarta-feira (24). Caso Esther: homem acusado de descumprir medida protetiva está na prisão
O homem suspeito de perseguir a jovem Esther Vasconcelos há cerca de sete anos foi transferido para o Conjunto Penal de Itabuna, no sul da Bahia, nesta quarta-feira (24).
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O mandado de prisão preventiva contra Ubiratan dos Santos, 38, havia sido cumprido na última quinta (18), mas ele estava no Hospital de Base Luís Eduardo Magalhães. O suspeito foi hospitalizado após ser agredido por populares no bairro Conceição, na mesma cidade.
Não é a primeira vez que ele é detido. Dois anos atrás, Esther obteve uma medida protetiva contra Ubiratan, mas ele descumpriu a ordem judicial e foi preso, sendo posto em liberdade posteriormente.
Registro do momento em que o homem suspeito de perseguir Esther agride o marido dela, em Itabuna
Reprodução/TV Santa Cruz
Isso até que no último dia 11, o homem voltou a descumprir a medida e agrediu o marido da jovem no centro da cidade. Esther registrou nova denúncia contra ele.
Segundo informações da TV Santa Cruz, afiliada da TV Bahia na região, foi após esse episódio que Ubiratan foi agredido por populares.
Desde então, ele estava internado na ala psiquiátrica do Hospital de Base. O resultado da perícia de sanidade mental apontou que o homem tem esquizofrenia.
Entenda o caso
Segundo Esther, a perseguição teve início em 2017. “Eu tinha que passar pela ponte, voltar do trabalho, e ele pediu para ficar comigo. Puxou meu braço e eu mandei ele ‘se respeitar’. Eu tinha 15 anos na época”, relatou a jovem em 2021, quando tornou o caso público.
À época, ela também destacou que as agressões pioraram em 2019, quando começou a namorar seu atual marido. O agressor usou a relação inter-racial dos dois — Esther é negra e seu marido, um homem branco — para acusá-la de racismo.
“Foi quando ele disse que eu era racista, por estar com uma pessoa branca e não com um negro. A partir daquele dia, ele começou a me perseguir. Eu andava com meu esposo, ele me ameaça de estupro e de morte”, contou.
O medo fez a jovem deixar o emprego que tinha e evitar até sair de casa. Mas ela conta que o suspeito também utilizava as redes sociais para cometer os crimes.
O homem também agrediu a mãe da jovem, Elessandra Vasconcelos. A mulher teve ferimentos na boca e no cotovelo ao tentar defender a filha quando viu o agressor cercando Esther na rua.
Após essa agressão, a Justiça concedeu uma medida protetiva às duas, em abril de 2021. O pedido foi feito pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) do município e deferido pelo juiz Murilo Staut.
“Ele já cuspiu nela, já empurrou, já deu tapa no braço dela. São muitas coisas que vêm acontecendo. Então a gente vive refém. Cadê o nosso direito de ir e vir?”, disse Elessandra na época.
Em julho de 2021, o suspeito foi preso por descumprir a medida protetiva e se aproximar de Esther. À época, ao menos quatro boletins de ocorrência haviam sido registrados na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), de Itabuna.
Um dos registros se referia a “Lei de Stalking”, definida como perseguição reiterada, por qualquer meio, como a internet (cyberstalking), que ameaça a integridade física e psicológica de alguém, interferindo na liberdade e na privacidade da vítima.
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