Entenda como as queimadas e o tempo seco podem estar ligados ao aumento da conjuntivite


Segundo oftalmologista, olhos são diretamente impactados por esse cenário. Alguns cuidados podem ajudar a amenizá-lo. Cidades da região de Campinas e Piracicaba registram aumento nos casos de conjuntivite
O ar seco e a baixa nas chuvas, cenário agravado pelas queimadas, podem estar ligados ao aumento no número de pessoas com conjuntivite.
Na região de Campinas (SP), apenas no primeiro semestre deste ano, foram 2.923 atendimentos a essas queixas – uma alta de 31% em relação a 2023.
A cidade foi duramente impactada por queimadas na última semana e chegou a entrar em uma lista da Defesa Civil de São Paulo por conta do número de focos de incêndio ativos.
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Por que isso acontece
O oftalmologista Leôncio Queiroz Neto explica que nossos olhos precisam estar sempre bem lubrificados e necessitam de uma lágrima de boa qualidade para que possamos enxergar. O problema é que o tempo seco vai contra todos esses elementos fundamentais.
“A queimada tem partículas que acabam, muitas vezes, entrando em contato com a mucosa ocular, mudando seu PH, causando irritação. Acabamos piscando menos e produzindo menos lágrima. Nós ficamos em ambiente com ar-condicionado, por causa do calor terrível, que deixa o ar mais ressecado”, explica.
Além de a própria secura causar irritação, a falta de lágrimas também deixa os olhos mais vulneráveis aos diferentes tipos de conjuntivite.
Tipos de conjuntivite, gravidade e sintomas
A conjuntivite pode ser viral, bacteriana ou alérgica. Entenda as diferenças:
👁️ Conjuntivite viral: demora para passar, podendo durar até três semanas. Como é causada por um vírus, é muito contagiosa. Além disso, ela pode ser causada por fotofobia – quando os olhos ficam muito sensíveis à luz – e causa a sensação de ‘areia’. Precisa ser tratada com colírios e corticoides para evitar complicações.
👁️ Conjuntivite bacteriana: pode durar menos tempo se for tratada corretamente. Deixa os olhos muito vermelhos e com secreções. A transmissão costuma ocorrer no contato com objetos contaminados. Requer antibiótico específico e, se não receber os devidos cuidados, pode causar úlceras e levar à perda da visão.
👁️ Conjuntivite alérgica: pode ser associada à rinite. Não é contagiosa, mas causa muita coceira – algo difícil de controlar, principalmente entre crianças.
O que fazer nesses casos?
Ao sentir irritação anormal dos olhos, a orientação é procurar por um oftalmologista. Só assim o paciente terá um diagnóstico correto e poderá fazer o tratamento adequado. Além disso, é possível tomar cuidados específicos para prevenir a infecção. Veja algumas dicas:
Manter boa hidratação
Usar colírio lubrificante, de preferência sem conservante
Evitar tocar os olhos
Higienizar bem as mãos
Para quem é adepto das lentes de contato, evitar o uso prolongado
Olhos irritados após passar por queimada
A Maria Madalena Prudêncio costuma passear com a cachorrinha ao ar livre. Foi justamente de passar por uma queimada perto de casa que os sintomas clássicos começaram: olhos vermelhos, inchados e com secreções. “Peguei uma gripe e da gripe acabou tendo a conjuntivite. Coisa que eu nunca tive”, relata.
“Eu tive que cancelar todos os meus compromissos da semana, o trasbalho voluntário, minhas atividades que eu faço às quartas e quintas-feiras. Em vez de secar o rosto na toalha, eu estou usando papel toalha, lavando o rosto quatro vezes por dia e pingando colírio. Lavando as mãos e passando álcool em gel”.
Casos de conjuntivite aumentam em meio ao tempo seco
Reprodução/TV Gazeta
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