Explosivos em pagers do Hezbollah foram implantados em chip, eram indetectáveis e tinham algoritmo específico, diz TV libanesa


Reportagem foi compartilhada pelo Hezbollah no Telegram, que afirmou que ‘há males que vem para o bem’ e que ‘Israel perdeu o maior tesouro de informações’ que tinha com a ação, já que os pagers também funcionavam como escuta. Centenas de ‘pagers’ do grupo extremista Hezbollah explodem no Líbano
Os explosivos que mataram 12 pessoas e deixaram outras 2.750 feridas nesta terça-feira (17) foram implantados nos pagers dos membros do Hezbollah através de um chip, eram indetectáveis e tinham um algoritmo específico para serem ativados, segundo a TV libanesa Al Mayadeen.
Fontes de segurança ouvidas disseram que um chip “IC” foi implantado nos dispositivos e que foi o material de lítio que alimenta o “pager” que, ao receber a mensagem, provocou a explosão, e não a bateria, como
Em cerca de 4 segundos após receber o som da chamada com uma mensagem escrita, os dispositivos explodiram automaticamente, tanto para quem os abriu quanto para quem não os abriu. Apenas os pagers que estavam desligados ou em áreas sem sinal não explodiram, assim como os dos tipos antigos.
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A explosão foi realizada através de uma mensagem com tecnologia avançada que ativou o material explosivo oculto, que utilizava técnicas complexas com algoritmos específicos para a operação.
O método usado é tão moderno que os explosivos não puderam ser detectados por nenhum dispositivo de verificação convencional, nem mesmo por países e aeroportos globais.
“O material explosivo foi usado com o objetivo de matar, especialmente aqueles dispositivos presos na cintura, para que a onda de explosão entrasse diretamente no corpo. Além de seus crimes militares sem precedentes na Faixa de Gaza, Israel, com esta operação agressiva, ultrapassou todas as regras proibidas em guerras de segurança. Israel usou uma empresa global e um dispositivo civil com controle cibernético e tomou a decisão de assassinato em massa deliberado”, disse fonte à TV.
A reportagem foi compartilhada pelo Hezbollah em seu canal no Telegram. Por lá, o grupo terrorista também afirmou que escutas também haviam sido colocadas nos pagers e que Israel decidiu fazer a operação após perceber que havia suspeita de falha de segurança e infiltração.
Segundo mensagem compartilhada, o governo israelense trabalhou quatro meses para plantar os dispositivos de escuta nos pagers, além de armá-los para explodi-los quando necessário.
“Com essa ação, Israel perdeu o maior tesouro de informações que lhe permitia entender o que se passava dentro do Hezbollah. O ditado “há males que vêm para o bem” se aplica a este incidente grave. O Hezbollah aumentará seu estado de alerta e revisará todo o sistema de segurança para fechar possíveis brechas”, afirma texto.
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O ataque
Homem mostra como ficou pager após explosão
Telegram/Reprodução
A onda de explosões durou cerca de uma hora. Entre os mortos, estão uma menina e dois integrantes do Hezbollah, segundo o grupo xiita.
Imagens das câmeras de segurança de um supermercado em Beirute registraram o momento de duas dessas explosões: uma de um homem que pagava suas compras no caixa e outra perto de uma bancada de frutas.
O embaixador do Irã no Líbano, Mojtaba Amani, foi um dos feridos pelas explosões. Segundo a embaixada, Amani sofreu ferimentos leves.
A Cruz Vermelha Libanesa diz que mais de 50 ambulâncias e 300 equipes médicas de emergência foram enviadas para ajudar no socorro às vítimas.
Após as explosões desta terça, o governo libanês pediu que todos os cidadãos que possuem pagers joguem os dispositivos fora imediatamente, segundo a agência de notícias estatal do Irã Irna.
Um representante do Hezbollah, que falou à agência de notícias Reuters sob condição de anonimato, afirmou que a detonação dos pagers foi a “maior falha de segurança” a qual o grupo foi submetido desde o início da guerra, em 7 de outubro de 2023.
Os pagers foram um meio de comunicação móvel desenvolvido nas décadas de 1950 e 1960 que se popularizou durante as décadas de 1980 e 1990, antes do crescimento do uso de celulares.
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