Professores e pais de alunos vão às ruas em protesto contra agressão à docente no litoral de SP; VÍDEO


Amanda dos Santos Monteiro, professora do 2° ano do Ensino Fundamental em uma escola municipal de São Vicente (SP) foi agredida por uma mãe de aluna. Manifestação é realizada em solidariedade de professora agredida por mãe de aluna (Imagens: Jorge Moura/TV Tribuna)
Uma manifestação em solidariedade à professora, de 39 anos, que foi agredida pela mãe de uma aluna do 2° ano do Ensino Fundamental em Guarujá (SP), foi realizada nesta terça-feira (17), reunindo professores, representantes da categoria e pais de alunos reivindicou melhores condições de trabalho, segurança e tranquilidade para exercerem a profissão. A agressão ocorreu em frente à Escola Municipal Valéria Cristina Vieira da Cruz Silva, no bairro Morrinhos, em 10 de setembro.
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Amanda dos Santos Monteiro, professora do 2° ano do Ensino Fundamental, leciona para crianças de 8 anos. Ela relatou estar traumatizada com o incidente e não consegue imaginar um retorno à sala de aula (leia mais abaixo). Segundo o advogado que a representa, Airton Sinto, a manifestação organizada em apoio à professora foi pacífica e com objetivo claro.
“O caso da professora Amanda não é isolado. Gravíssimo contra ela, mas atingiu toda uma categoria que se mobilizou, que veio pleitear melhores condições de trabalho, segurança para trabalhar e tranquilidade para poder exercer a principal profissão”, disse Airton.
Ao g1, o Sindicato dos Professores de Guarujá e Região (Siproem) afirmou que a reivindicação visava paz, respeito e segurança no ambiente de trabalho. “Os professores têm recebido várias ameaças através de grupos de WhatsApp de pais e com isso têm se sentido desrespeitados, ameaçados e coagidos no ambiente de trabalho”.
Em nota, a Prefeitura de Guarujá informou que, em solidariedade à professora da rede municipal, que foi agredida em via pública em 10 de setembro após o término do expediente, presta todo apoio à manifestação intitulada ‘Paz, respeito e segurança no ambiente de trabalho’.
Manifestação é realizada em solidariedade a professora espancada por mãe de aluna ao sair de escola, em Guarujá (SP)
Jorge Moura/TV Tribuna
A administração municipal repudiou qualquer tipo de violência e reiterou o apoio à mobilização organizada pelo Sindicato dos Professores de Guarujá e Região (Siproem) e pelos servidores, com o incentivo da Secretaria Municipal de Educação (Seduc).
Ainda de acordo com a prefeitura, a caminhada começou no Paço Municipal Moacir dos Santos Filho, na Avenida Santos Dumont, bairro Santo Antônio, e terminou na Câmara Municipal, na Avenida Leomil, no bairro Pitangueiras.
A Seduc, além de oferecer acompanhamento psicológico à vítima e agilizar o acesso a outros serviços, como o otorrinolaringologista, dispensou os professores do turno vespertino para participarem da manifestação. No entanto, a liberação não se estendeu aos turnos matutino e noturno.
Procurada, a Câmara Municipal de Guarujá, por meio do presidente, declarou apoio à manifestação pacífica e democrática, colocando-se à disposição para atender às demandas da categoria.
O caso
Amanda dos Santos Monteiro, professora do 2º ano do Ensino Fundamental, foi agredida por uma mãe de aluna em Guarujá (SP) após o término do expediente. Ela aguardava uma carona quando foi surpreendida pela agressora, uma mulher de 34 anos, que a atacou por trás.
A professora relatou que não teve tempo de reagir e foi alvo de vários golpes, puxões de cabelo, chutes e socos, enquanto gritava por socorro.
Em meio ao ataque, Amanda demorou para reconhecer quem a estava agredindo, até que a mulher começou a gritar que estava ali por causa da filha.
A professora afirmou que a agressora já havia feito ameaças anteriormente, pedindo para trocar a filha de classe, alegando que Amanda a perseguia e cobrava demais. “Isso nunca existiu. A mãe criou uma fantasia”, disse a professora.
Vítima sofreu escoriações pelo corpo após ser agredida por mãe de aluna em Guarujá
Fabio Pires/TV Tribuna
O conflito começou depois que Amanda fez um relatório informando sobre as faltas excessivas da aluna, o que prejudicava seu desempenho escolar. Mesmo com a troca de sala solicitada pela mãe, a hostilidade continuou.
Durante a agressão, a professora relatou que achou que não sobreviveria, mas, após alguém intervir, conseguiu voltar para a escola e pedir ajuda. Amanda sofreu várias lesões pelo corpo, incluindo uma fratura no nariz, além de um profundo impacto emocional.
“Estou destruída, o meu emocional está quebrado”, desabafou a professora. Ela afirmou que ainda está processando o trauma e não consegue imaginar voltar a dar aulas, apesar de estar na profissão há dez anos.
A professora registrou um boletim de ocorrência no dia seguinte à agressão, relatando lesão corporal, injúria e ameaça. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) confirmou o registro no 1º DP do Guarujá, onde o caso está sendo investigado. A vítima foi orientada sobre os procedimentos legais para oferecer a representação criminal.
Professora é agredida por mãe de aluna na saída de escola municipal em Guarujá, SP
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