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A Justiça de São Paulo determinou a restrição da venda do imóvel de Alexsandro Broedel Lopes, ex-diretor financeiro do Itaú, após pedido do banco. A instituição financeira argumenta que o bem pode ser necessário para garantir o pagamento de uma indenização de R$ 3,35 milhões, caso Broedel seja condenado no processo movido contra ele.
A decisão foi proferida pela juíza Larissa Gaspar Tunala, da 1ª Vara Empresarial e de Conflitos de Arbitragem de São Paulo. A magistrada determinou que a restrição seja registrada na matrícula do imóvel, apontando que uma eventual venda poderia comprometer o desfecho do processo e dificultar o cumprimento de possíveis sanções financeiras.
Acusações do Itaú contra Broedel
O Itaú acusa Broedel de ter omitido informações sobre sua participação em uma empresa de consultoria enquanto exercia a função de diretor financeiro do banco. De acordo com a ação, entre 2019 e 2024, ele teria contratado 40 pareceres de consultoria, obtendo vantagens indevidas devido ao seu cargo.
O banco também afirma que não conseguiu localizar parte desses pareceres, sugerindo que os serviços podem não ter sido prestados. Ainda segundo a instituição, Broedel teria recebido 40% dos pagamentos de forma indireta, através de uma empresa de terceiros. O Ministério Público orientou a Polícia Civil a abrir uma investigação criminal sobre o caso.
Defesa de Broedel
A assessoria de Broedel afirmou que a casa em questão não foi bloqueada e pode ser vendida. No entanto, a decisão judicial determina que a ação de indenização seja informada no registro do imóvel, para conhecimento de eventuais compradores.
Broedel nega as acusações e afirma que os serviços mencionados eram conhecidos pelo Itaú e solicitados por diferentes áreas do banco. Ele também declarou que considera a ação “infundada” e que a medida só foi adotada após sua saída do Itaú para assumir um cargo global no Santander.
Envolvimento da CVM e posicionamento do Santander
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu um processo administrativo relacionado ao caso, no qual o Itaú é parte interessada. A investigação foi iniciada devido a “notícias, fatos relevantes e comunicados” relacionados à empresa.
O Santander, atual empregador de Broedel, declarou que ele é um executivo sênior conceituado e que está monitorando o desdobramento do caso. Em dezembro de 2024, o banco espanhol havia anunciado que ele assumiria o cargo de Chief Accounting Officer (CAO) em março, mas a nomeação foi adiada para junho.
O caso segue em andamento na Justiça.
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