Em menos de um mês, operação destrói duas aeronaves e 78 motores usados em garimpos na Terra Indígena Yanomami


Operação da Polícia Federal e do Ibama também destruiu cinco motobombas, 2,5 mil litros de combustíveis e apreendeu uma arma de fogo com munições e acessórios, além de coletes balísticos e rádios comunicadores. Agentes da Polícia Federal e Ibama durante operações na Terra Yanomami.
PF/Divulgação
Em menos de um mês, a operação do governo federal contra garimpeiros ilegais destruiu duas aeronaves, cinco motobombas, 78 motores e 2,5 mil litros de combustíveis utilizando pelos invasores na Terra Indígena Yanomami. O balanço foi divulgado nesta quarta-feira (24) pela Polícia Federal, que atua com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
A ação conjunta também apreendeu uma arma de fogo com munições e acessórios, além de coletes balísticos e rádios comunicadores nos 22 primeiros dias de janeiro.
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As ações ocorrem no mês em que a emergência sanitária declarada pelo governo federal na região completa um ano (leia mais ao final da reportagem).
No dia 10 de janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enviou uma comitiva de governo à região de Auaris, no extremo noroeste de Roraima, na fronteira com a Venezuela, para realizar uma visita técnica.
Composto pela ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, a ministra do Meio Ambiente e da Mudança Climática, Marina Silva, e do Ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, o grupo analisou as condições atuais da região, uma das mais afetadas pelo garimpo ilegal.
Um dia depois, as operações do Ibama no maior território indígena do país foram retomadas. Ao longo de 2023, o Instituto lavrou 173 autos de infração, que resultaram em R$ 60.355.150,00 em multas, além de mais 238 termos de apreensão com valor dos bens estimado em R$ 94 milhões.
Operação da PF na Terra Yanomami.
Reprodução/PF/Arquivo
Além disso, no dia 16 de janeiro deste ano, a PF retomou a Operação Libertação — desencadeada durante todo o ano de 2023 na repressão a crimes ambientais na TI Yanomami, que busca expulsar os garimpeiros invasores do território. Apenas nessas ações foram bloqueados ou apreendidos mais de R$ 589 milhões.
Só em 2023, as ações do governo federal resultaram na destruição de 39 aeronaves, 550 motores, 88 balsas, 52 barcos, 82 motores de popa e 5 mil metros de mangueira, de acordo com o balanço da PF.
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Um ano de emergência na Terra Yanomami
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Em janeiro de 2023, o governo Lula, recém-empossado, expôs a situação no território, decretou emergência de saúde pública e deflagrou uma série de operações para garantir assistência aos indígenas e conter o garimpo ilegal.
Na avaliação do Ministério Público Federal e de lideranças indígenas, a União conseguiu dar uma resposta de emergência, mas não avançou o suficiente, e o cenário devastador segue o mesmo um ano depois. Ainda há fome, malária, centenas de mortes e devastação com o garimpo.
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Segundo o governo, em 2023 foi criado um centro de operações de emergências em saúde pública na região. Foram realizados mais 13 mil atendimentos de saúde e enviados 4,3 milhões de unidades de medicamentos e insumos.
O território é alvo há décadas do garimpo ilegal, mas a invasão se intensificou nos últimos anos. A atividade impacta diretamente o modo de vida dos povos originários. A invasão destrói o meio ambiente, causa violência, conflitos armados e poluição dos rios devido ao uso do mercúrio.
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