Eleições nos EUA: por que vitória de Trump em New Hampshire praticamente decide escolha republicana

O ex-presidente traça um caminho claro para a indicação presidencial de 2024, escreve Anthony Zurcher. O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump venceu as primárias de New Hampshire, derrotando sua última rival pela indicação presidencial republicana de 2024, a ex-governadora da Carolina do Sul, Nikki Haley.
Essa vitória significa que a disputa pela indicação está praticamente encerrada, mesmo que Haley ainda não esteja pronta para encerrar sua campanha — um fato que claramente irritou o ex-presidente em uma noite que, de outra forma, seria de celebração.
“Ela está fazendo… um discurso como se tivesse vencido”, disse ele sobre sua rival, que prometeu permanecer na corrida mais cedo na noite. “Ela não venceu. Ela perdeu.”
Uma revanche nas eleições gerais de novembro com o presidente Joe Biden, o provável candidato democrata, agora parece mais certa.
Embora a vitória de Trump em New Hampshire não tenha correspondido à margem de 20 pontos prevista por pesquisas recentes, deve ser mais do que suficiente para manter a atual direção da corrida.
As vantagens e obstáculos que Nikki Haley terá ao desafiar Trump pela candidatura republicana nos EUA
Trump venceu por uma margem significativa na primeira disputa em Iowa. E os estados que se seguem no calendário das primárias republicanas favorecem mais fortemente a ele do que New Hampshire, sugerindo que sua marcha em direção à indicação em breve vai se acelerar.
A cada voto que passa, uma verdade se torna cada vez mais clara. Como as pesquisas mostraram por muitos meses, o Partido Republicano ainda é o partido de Donald Trump.
A lealdade de sua base é inabalável, apesar de dramas legais e políticos. Seu estilo de populismo conservador está em sintonia com os eleitores de seu partido, assim como seu foco em questões como imigração, crime e energia.
Isso pode não desencorajar Haley a curto prazo, mas a realidade é que New Hampshire era a melhor chance dela de interromper a marcha constante de Trump em direção à indicação presidencial republicana.
Ela gastou dezenas de milhões de dólares aqui e contou com o apoio do popular governador republicano do estado, mas os eleitores independentes de New Hampshire e a grande proporção de graduados universitários não foram suficientes para garantir sua vitória.
Haley agora está de olho nas primárias em seu estado natal, na Carolina do Sul, no próximo mês. Para chegar lá, no entanto, ela precisará que as contribuições de campanha continuem fluindo.
Mesmo com um desempenho melhor do que o esperado, isso não é garantia, dado que suas chances já reduzidas de vencer a indicação acabaram de ficar ainda menores, com enormes lideranças de Trump nas pesquisas em muitos dos estados restantes.
Se ela continuar na disputa, talvez não receba uma recepção particularmente calorosa em casa. Trump tem o apoio da maioria do establishment republicano da Carolina do Sul, e ele lidera com folga nas pesquisas.
Foi um ponto que o ex-presidente fez questão de destacar em seu discurso na noite de terça-feira.
“Vamos para a Carolina do Sul, onde acho que vamos vencer facilmente”, disse ele diante de uma multidão animada na cidade de Nashua.
Uma derrota em seu antigo reduto seria uma maneira humilhante de encerrar o que tem sido uma campanha relativamente bem-sucedida para Nikki Haley.
É um destino que ela pode optar por evitar, mas ela tem um mês para tentar reverter essa situação.
Mesmo que Haley acabe jogando a toalha nos próximos dias, os resultados de New Hampshire deveriam causar alguma preocupação na equipe de Trump.
Uma análise de votos da Fox News descobriu que 32% dos que participaram das primárias republicanas não votariam nele na eleição geral de novembro, caso ele vença a indicação. Apenas 49% se consideravam apoiadores do “Maga”, referindo-se ao slogan de campanha do ex-presidente: Make America Great Again, ou “Tornar a América grande novamente”.
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Uma pesquisa da CBS também retrata o perfil da base de apoio do Trump, mas também mostra suas limitações. Entre os eleitores autodeclarados “muito conservadores”, o ex-presidente teve 88% de apoio. Ele conquistou 66% dos eleitores das primárias sem diploma universitário e eleitores evangélicos com margens semelhantes.
Ele obteve apenas 23% dos votos dos moderados e 39% dos graduados universitários — grupos aos quais ele terá que apelar se quiser vencer Joe Biden.
E após os resultados da noite de terça-feira, a revanche presidencial de 2020 parece muito mais provável, mesmo que seja uma perspectiva que as pesquisas indicam que muitos americanos não recebem com entusiasmo.
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