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Jim WATSON
Donald Trump realizará uma reunião de gabinete pela primeira vez nesta quarta-feira (26), mas a estrela do evento será o bilionário Elon Musk, que não tem nenhum cargo no governo, mas é altamente influente como o principal impulsionador de uma comissão para reformar o governo.
Pouco mais de um mês após retornar ao poder, o presidente americano reúne a equipe para definir a estratégia e se gabar das conquistas do governo.
O encontro permitirá a Trump mostrar que a maioria de seus secretários, mesmo os mais criticados, foram confirmados pelo Senado sem nenhum problema, como o secretário da Saúde antivacina, Robert F. Kennedy Junior, ou o secretário da Defesa, o ex-apresentador de televisão Pete Hegseth.
Elon Musk, chefe da Tesla e da Space X e dono da rede social X, estará presente como chefe do chamado “Departamento de Eficiência Governamental” (Doge), que na verdade é uma comissão encarregada de demitir milhares de servidores públicos e reduzir drasticamente os gastos públicos.
É um órgão consultivo que se reporta diretamente ao presidente. Musk não é ministro, pois esse cargo envolve obrigações legais e éticas.
Segundo a imprensa americana, houve desentendimentos entre o empresário hiperativo e outros membros do Executivo, mas Trump o apoiou em sua rede social Truth Social, escrevendo em letras maiúsculas nesta quarta-feira: “Todos os membros do gabinete estão muito felizes com Elon”. Ele é um “funcionário especial do governo” e assessor do presidente.
Várias nomeações ainda aguardam sinal verde do Senado, incluindo as de Lori Chávez-DeRemer, ex-congressista, como secretária do Trabalho, e Linda McMahon, que já fez parte do gabinete de Donald Trump durante seu primeiro mandato (2017-2021), quando era responsável por pequenas empresas, como secretária da Educação.
O presidente republicano é quem dá o tom do governo, assinando decreto atrás de decreto, com a intenção declarada de estender ao máximo suas prerrogativas, principalmente em relação ao Congresso.
Além da presença de Elon Musk, esta primeira reunião de gabinete do seu segundo mandato tem outra peculiaridade: ela acontece depois que a Casa Branca assumiu o controle absoluto do acesso da imprensa, rompendo com um sistema que durante décadas foi administrado pelos próprios jornalistas.
A partir de terça-feira, não é mais a Associação de Correspondentes da Casa Branca, como era no passado, que decide quais jornalistas cobrem o presidente em determinados eventos, mas a equipe de comunicação do Executivo.