
O anúncio recente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ampliando benefícios sociais como o Farmácia Popular e o programa Pé-de-Meia, reacendeu o debate sobre a responsabilidade fiscal no Brasil. Enquanto o governo defende as medidas como avanços sociais necessários, o mercado financeiro vê as novas despesas como um risco iminente para o equilíbrio fiscal e o controle da inflação.
O abismo entre o discurso político e a realidade econômica
“O governo segue distante da realidade econômica do mercado”, afirma Pedro Ros, CEO da Referência Capital. As recentes declarações de Lula, segundo Ros, expõem a desconexão entre o otimismo do governo e a preocupação dos investidores com o descontrole fiscal.
Para Volnei Eyng, CEO da gestora Multiplike, a expansão dos programas sociais, sem contrapartidas claras de receita, tende a elevar o endividamento público. “Com mais gastos, o risco fiscal aumenta, pressionando os juros e dificultando o crescimento sustentável da economia”, alerta Eyng.
O desafio de conciliar gasto público e responsabilidade fiscal
De acordo com João Kepler, CEO da Equity Group, a manutenção dessas políticas depende da habilidade do governo em equilibrar expansão de gastos e responsabilidade fiscal. “Sem um plano claro, as incertezas aumentam, o que afeta diretamente a confiança dos investidores”, ressalta.
O governo, ao adotar uma postura expansionista, gera dúvidas sobre o compromisso com o equilíbrio fiscal, segundo Felipe Vasconcellos, sócio da Equus Capital. “Em vez de buscar superávit para conter a inflação e reduzir juros, o governo anuncia novas despesas, ampliando as incertezas no mercado”, afirma Vasconcellos.
Investidores exigem equilíbrio entre estímulo social e controle fiscal
Carlos Braga Monteiro, CEO do Grupo Studio, acredita que a ampliação de programas sociais como o Farmácia Popular e o Pé-de-Meia pressiona as contas públicas em um momento de desafios fiscais. “O equilíbrio entre estímulo social e sustentabilidade fiscal será decisivo para manter a confiança do mercado”, pontua Monteiro.
O CEO da MA7 Negócios, André Matos, observa que as declarações de Lula reforçam a percepção de falta de compromisso com o equilíbrio fiscal. “Sem planejamento claro, medidas populistas aumentam o risco fiscal, pressionam a inflação e desvalorizam ativos brasileiros”, analisa.
O mercado reage à expansão de gastos públicos com o aumento da percepção de risco. Segundo Pedro Ros, “o resultado previsível é a alta dos juros e a perda de poder de compra da população”. A pressão inflacionária pode manter a Selic elevada por mais tempo, dificultando a retomada do crescimento econômico.
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