Produção de frango e milho no Paraná vira atrativo para fábricas de ração animal no estado


Saiba como são feitas as comidas de cães e gatos e aprenda quais são as diferenças entre os tipos de ração. Rações e alimentação em geral são o que impulsionam o faturamento do mercado pet
Arquivo pessoal
O Paraná abriga mais de 9 milhões de animais de estimação, sendo 3,5 milhões de cães. Os dados são da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet) e do Instituto Pet Brasil e destacam o Paraná como 5º estado com a maior população pet do país.
Alimentar esses animais virou um negócio bilionário e criou oportunidades para o estado.
Pesquisa da Comissão de Animais de Companhia (Comac) e do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan) revela que a alimentação é o item que mais gera despesas com animais de estimação, correspondendo a quase metade dos gastos.
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Segundo a Abinpet e o Instituto Pet Brasil, o mercado pet deve faturar R$ 76,3 bilhões em 2024 – a alimentação responde a quase 55% das cifras.
Ainda segundo a Abinpet, a produção de comida para animais de estimação alcançou a marca de 4,08 milhões de toneladas entre os anos de 2022 e 2023. O Paraná representa 7% de participação no volume e 6,7% de participação nas vendas de alimentos para pets.
Porto Amazonas, nos Campos Gerais do Paraná, abriga fábrica considerada a maior da América Latina na produção de alimentos para cães e gatos da América Latina.
De acordo com Marcos Oliveira, diretor de operações da PremieRpet, a capacidade produtiva da planta, inaugurada em 2022, está próxima de 20 mil toneladas mensais de ração animal.
Quase metade dos itens que compõem as rações vem do Paraná – são priorizados produtores rurais da região e de cidades próximas.
“O Paraná é o maior produtor de frango e um dos maiores produtores de milho do país. Além disso a logística é muito boa na região, tanto para a entrada de matéria-prima quanto para a saída de produto acabado, distante apenas 150 km do Porto de Paranaguá”, justifica o diretor de operações.
Maior fábrica de alimentos para cães e gatos da América Latina está localizada nos Campos Gerais. Capacidade produtiva ultrapassa as 20 mil toneladas mensais
Divulgação
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Do campo ao comedouro do pet
Ao g1, Marcos Oliveira explica como é o processo de produção das rações. Tudo começa com a pré-moagem, que transforma os ingredientes em uma espécie de farinha. Depois vem a moagem, evitando que pedacinhos que escaparam na etapa anterior deixem os grãos com uma aparência rústica.
Em seguida, vem a etapa de cozimento e o corte da massa no formato desejado (bolinhas, ossinhos, maiores ou menores dependendo da faixa etária do animal, por exemplo).
Como a ração sai muito quente do forno, ela precisa ser resfriada para então receber os banhos de gordura e de palatabilizante, substância responsável por dar um sabor que chame a atenção do animal.
Após essa etapa, outro resfriamento é necessário para evitar a condensação do produto dentro da embalagem. Por fim, vem a embalagem e a estocagem dos sacos de ração.
Ração é tudo igual?
Preço e qualidade dos ingredientes determinam a diferenciação das rações pet disponíveis no mercado
Arquivo pessoal
No segmento de pet food, há três principais categorias usadas para classificar as rações: econômica ou standard, premium e super premium.
“Na ponta da diferenciação de cada tipo de ração está o posicionamento de preço, além da qualidade de matéria-prima. Um produto que usa farelo de soja, casca de arroz e bandinha de feijão vai ser muito diferente daquele que é composto por beterraba e ervilha”, exemplifica Marcos Oliveira.
Confira as principais diferenças entre cada categoria de ração:
Econômica ou Standard
Apresentam valores acessíveis por usar ingredientes mais baratos, incluindo proteínas vegetais em maior quantidade, além de proteínas animais de baixa qualidade, como farinha de ossos.
Nem sempre a economia compensa, já que as rações econômicas possuem baixa taxa de absorção pelo organismo do pet, o que significa que ele terá que receber porções maiores de ração ou complementar sua alimentação com outras rações para ter o aporte nutricional adequado.
A digestibilidade também é baixa, justamente por isso essas rações aumentam o volume de fezes.
Premium
Nessa categoria, as rações recebem maior quantidade de proteínas e de gordura, além de aditivos capazes de melhorar a saúde animal, incluindo substâncias que favorecem a digestão ou a saúde das articulações.
Super premium
“Além de 100% completo nutricionalmente ainda pode trazer benefícios, como ser coadjuvante em algum tratamento de saúde, como nos casos de pets com problemas renais ou dermatológicos. Quando você não apenas atende aos requisitos para tornar a alimentação balanceada e ainda agrega benefícios, isso ajuda a elevar o produto da categoria Premium à Super Premium”, resume Marcos.
Na formulação das rações Super Premium, além de proteínas de alta qualidade também são incluídos antioxidantes naturais e ingredientes funcionais. Como resultado há maior digestibilidade e menor ingestão de alimento para atender às necessidades nutricionais. Ao consumir esse tipo de ração, a tendência é que o animal produza menos fezes e que adquira uma pelagem visivelmente mais bonita.
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