Interior de SP ainda registra focos de incêndio um dia depois das Forças Armadas deixarem a região


Entre terça-feira (27) e quarta-feira (28), ao menos 47 novas ocorrências foram detectadas por satélites de referência do Inpe. Poluição no ar aumentou em Ribeirão Preto. Incêndio destrói plantação entre Morro Agudo e Viradouro
Um dia depois de as Forças Armadas deixarem a região de Ribeirão Preto (SP) , novos incêndios foram registrados no interior de São Paulo, com mudanças no padrão de qualidade do ar, clima seco em índices preocupantes e temperaturas elevadas.
Ao menos 47 novos focos de incêndio foram registrados entre terça-feira (27) e quarta-feira (28) principalmente nas regiões de Ribeirão Preto (SP) e São José do Rio Preto (SP), com destaque para Morro Agudo (SP), Altinópolis (SP) e Igarapava (SP), já atingidas pelas chamas que assolaram vegetações e plantações na última semana.
Os números são do Banco de Dados de Queimadas (BDQueimadas), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), com base nos satélites de referência, ou seja, utilizados como base comparativa com anos anteriores.
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Embora sejam valores inferiores com relação aos computados anteriormente na região e em comparação a outros estados como Pará e Mato Grosso, os parâmetros de qualidade do ar da Companhia Ambiental do Estado (Cetesb) dão indícios de um aumento na concentração de fumaça que pode novamente impactar a saúde dos moradores.
Fogo em canavial na região de Morro Agudo (SP) nesta quarta-feira (28)
Reprodução/EPTV
Na terça-feira, o acúmulo de micropartículas inaláveis MP.10 – ou seja, cinco vezes menores do que o diâmetro de um fio de cabelo – estava entre 0 e 83 microgramas por metro cúbico por medição horária.
Nesta quarta-feira, os valores começaram a subir e oscilaram entre 42 e 245 microgramas por metro cúbico. Com isso, o índice, que considera a média das últimas 24 horas, foi de bom para moderado. No auge dos incêndios da semana passada, essa classificação chegou a “péssimo” com uma concentração crítica de 1 mil microgramas por metro cúbico.
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Além disso, a umidade relativa do ar – que chegou a melhorar principalmente a partir do domingo (25), quando a chuva ajudou a interromper a sucessão de incêndios – voltou a cair a níveis de atenção, chegando a 12% em Barretos (SP), 20% em Bebedouro (SP) e a 24% em Ribeirão Preto. O mínimo recomendável pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é de 50%.
Ao mesmo tempo, essas cidades também registraram temperaturas na casa dos 34ºC. Em São Simão (SP), as rajadas de vento atingiram 42,5 km/h.
O cenário para os próximos dias desta semana deve ser ainda pior, com a previsão de temperaturas elevadas, ausência de chuvas e umidade abaixo dos 30% no interior paulista.
Fogo em plantação da região de Ribeirão Preto (SP) nesta quarta-feira (28)
Reprodução/EPTV
Incêndios no interior de SP
Milhares de hectares, ainda não completamente contabilizados pela Defesa Civil e entidades ligadas ao agronegócio, foram atingidos em todo o estado desde o fim da semana passada, quando uma onda de incêndios causou estragos em vegetações e plantações, fechou estradas, provocou evacuações de casas, ao menos duas mortes, além de transtornos à saúde pública, com o acúmulo de fuligem e de poeira.
Em Dumont (SP), uma criadora de conteúdo e o irmão tiveram queimaduras e precisaram ser hospitalizados depois de ficarem cercados pelo fogo enquanto resgatavam animais de uma pousada.
Segundo o BDQueimadas, do Inpe, mais de 3,1 mil focos foram registrados em agosto no estado de São Paulo, o maior número para o mês desde 1998. Deste total, 2,6 mil ocorreram entre quinta-feira (23) e sábado (24).
Uma análise do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) aponta que os incêndios começaram em 90 minutos, entre 10h30 e 12h de sexta-feira (23).
A situação levou o governo estadual a criar um comitê de crise em Ribeirão Preto, com apoio de aeronaves das Forças Armadas para monitoramento e combate às chamas.
Os incêndios deixaram de avançar na segunda-feira (26), em parte graças à chegada de chuvas e uma frente fria, e as Forças Armadas passaram a focar em outras regiões. Ainda assim, 48 municípios seguem com alerta máximo de incêndios. São eles:
Monte Alegre do Sul
Alumínio
Santo Antônio do Aracanguá
Piracicaba
Pontal
Monte Azul Paulista
Sertãozinho
Torrinha
Santo Antônio da Alegria
Nova Granada
Iacanga
Taquarituba
Coronel Macedo
Ubarana
Pompeia
Boa Esperança do Sul
Pitangueiras
Salmourão
Lucélia
Poloni
Dourado
Sabino
Jaú
Pirapora do Bom Jesus
Itápolis
Itirapina
Bernardino de Campos
São Simão
Presidente Epitácio
Bebedouro
Bananal
São Luís do Paraitinga
Ibitinga
Tabatinga
Brodowski
Luís Antônio
Pedregulho
Tambaú
Urupês
Turiúba
Arealva
Pradópolis
Altinópolis
Paulo de Faria
Águas da Prata
Morro Agudo
Batatais
Barrinha
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