Dentista é investigado por suspeita de fazer empréstimos em nome de pacientes para lavar dinheiro de facção no RS, diz polícia


Polícia afirma que homem atuaria na lavagem de dinheiro de facção envolvida com agiotagem em Porto Alegre. Paciente diz que só descobriu empréstimo ao receber cobrança do banco. Dinheiro apreendido em operação contra facção no RS
Reprodução
Um dentista de 43 anos é investigado pela Polícia Civil por suspeita de fazer empréstimos em nome de pacientes em Porto Alegre. O profissional teria envolvimento com uma organização criminosa, auxiliando o grupo na lavagem de dinheiro obtidos através de crimes.
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Segundo a polícia, a facção é responsável por um esquema de agiotagem. Na quinta-feira (22), três suspeitos foram presos em uma operação.
O dentista, que está em liberdade, usaria o consultório para lavar o dinheiro do grupo.
“Esse indivíduo tinha relações pessoais com alguns membros desse grupo criminoso e passou, então, numa troca de favores, a lavar o dinheiro dessa organização criminosa em troca de alguns empréstimos que ele fazia com a própria organização”, diz a delegada Vanessa Pitrez.
No entanto, a investigação aponta que o homem teria contraído dívidas e, em razão disso, usaria os dados cadastrais dos clientes para realizar os empréstimos.
“Nós identificamos que ele, por questões de dívidas, começou a utilizar nomes de pacientes para fazer empréstimos e abrir contas em nome dessas pessoas como forma de angariar mais dinheiro para quitar as suas dívidas”, explica a delegada.
A RBS TV apurou que o dentista investigado é Dyego Matielo. O advogado José Henrique Salim Schmidt afirma que, “apesar da defesa ainda não ter acesso aos autos, desde já informa estar à disposição das autoridades para prestar esclarecimentos”.
“Todas as atividades comerciais investigadas são lícitas, o que será comprovado oportunamente”, diz o advogado do dentista.
Ao menos quatro pacientes procuraram a polícia para denunciar os casos. A investigação aponta que o homem pegaria a assinatura dos pacientes em um tablet, como se estivesse realizando o cadastro dos clientes.
“Eu contratei o tratamento no ano de 2021 e, no consultório, quando eu fui assinar o contrato, ele pediu que eu assinasse em um tablet. E ele pegou e jogou todos os meus dados pessoais: nome, CPF, RG. Junto com essa assinatura no tablet, que ela ficou eletrônica”, conta a mulher, que prefere não ser identificada.
A paciente disse que descobriu os empréstimos ao ser contatada pelo banco, falando sobre uma dívida.
“Eu descobri que eu tinha caído em um golpe quando, faz cerca de um mês, que eu recebi uma notificação do banco, no meu aplicativo do celular, informando que tinha um boleto”, afirma a cliente do dentista.
Dentista é investigado por fazer empréstimo em nome de pacientes
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