Ministro pede esclarecimentos sobre pagamento de catadores com pinga

O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, determinou à Ouvidoria Nacional da pasta federal que acione autoridades competentes e a empresa Novelis para prestarem esclarecimentos sobre pagamento de catadores com pinga na Cracolândia, em São Paulo.

Segundo investigação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP), a Minas Reciclagem usava bebidas alcoólicas como forma de remuneração de catadores que trabalhavam na empresa e de dependentes químicos que vendiam alumínio e cobre.

A Novelis, maior recicladora de alumínio do mundo, compra matéria-prima da Minas Reciclagem. As informações foram reveladas pelo portal Repórter Brasil, nesta sexta-feira (23/8).

“Determinei ainda que a Secretaria Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos acione o Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento da Política Nacional para a População em Situação de Rua (CIAMP-Rua) e a Associação Nacional dos Catadores para que acompanhem este caso e outros que porventura possam existir”, disse o ministro dos Direitos Humanos.

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Ambulância transita pela rua na Cracolândia

Grades separam o fluxo da Cracolândia da rua
Secretários municipais chegam até o fluxo com as grades
Usuários ficam isolados em terreno vazio
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Agentes de saúde trabalham dentro do fluxo

Divulgação/Ricardo Nunes

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Ambulância transita pela rua na Cracolândia

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Grades separam o fluxo da Cracolândia da rua

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Secretários municipais chegam até o fluxo com as grades

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Usuários ficam isolados em terreno vazio

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“Mais do que nunca, um fato como esse reforça a necessidade de um política de direitos humanos e empresas no Brasil. Todas as providências cabíveis, em articulação com as autoridades do Sistema de Justiça, serão tomadas a fim de que casos como este sejam investigados e solucionados com rigor”, afirmou Silvio Almeida.

De acordo com a reportagem, a investigação do MPSP teve acesso a notas fiscais de bebidas alcoólicas compradas pela Minas Reciclagem. Em uma ocasião, a empresa pagou R$ 4.572 por 1.440 garrafas de 500 ml da Cachaça do Barril.

“Pagam [os catadores] às vezes com pinga, às vezes com moedas”, disse o Eduardo Roos Neto, promotor do Gaeco.

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