Charanga do França arrasta multidão pelas ruas de Santa Cecília, em SP


Tradicional bloco paulistano começou pequeno e virou atração da folia de rua. Em 2023, chegou a atrair 50 mil pessoas. Fundador cobra apoio e patrocínio para conseguir atender demanda de formar músicos e interesse do público. Charanga do França leva multidão pelas ruas de Santa Cecília, em SP
Felipe Gutierrez/g1
Tradicional bloco da folia paulistana, o ‘Espetacular Charanga do França’ volta a arrematar uma multidão pelas ruas da Santa Cecília, na manhã desta segunda-feira (12).
No carnaval do ano passado, o cortejo atraiu cerca de 50 mil pessoas. Foi muito mais gente do que o bloco estava acostumado a receber –o maior público havia sido de cerca de 25 mil pessoas.
Thiago França, idealizador do Charanga, diz que em 2023 choveu no sábado e no domingo, e muita gente que tinha ficado em casa no fim de semana resolveu ir à Charanga na segunda-feira de carnaval.
Neste ano, ele ressalta que muitos blocos –inclusive alguns de grande porte– deixaram de sair, e os que permaneceram podem receber parte desse público. “Com 150 blocos a menos, esse público vai escoar para algum lugar”.
Bloco Charanga do França
O músico comenta que houve um descompasso entre o crescimento do carnaval de rua nos últimos anos, que não foi acompanhado por uma melhor estrutura por parte da administração pública.
Ele afirma, por exemplo, que falta apoio para formar músicos –a Charanga é um bloco acústico com cerca de 70 músicos e não há caixa de som, só o som dos instrumentos.
“Eu tenho uma oficina de (instrumentos de) sopro, mas eu não consigo formar músicos, é um processo que demora muito tempo. O público atual é 15 vezes maior do que o original da Charanga, e eu preciso atender esse público atual sem apoio e com patrocínios irrisórios.”
Turismo cidadão
França afirma que a Charanga fez com que pessoas conhecessem o bairro da Santa Cecília e fossem morar lá.
“O carnaval é um jeito de as pessoas conhecerem a cidade, criarem identificação, e esse tipo de identidade a gente ganha em cidadania, as pessoas cuidam mais do lugar, estabelecem relação de casa com esses espaços. Eu caminho pelo bairro, converso e toda semana alguém me diz que foi morar no bairro por causa da charanga”, diz França.
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