Levando o samba como passaporte, passista do interior de SP visita quatro continentes: ‘oportunidade única’


Renata Vieira, de 34 anos, conseguiu viajar mostrando sua arte e a cultura brasileira. Ela conheceu Congo, no continente africano, Equador, na América do Sul, Itália, na Europa e Japão, na Ásia. Passista de Campinas consegue conhecer países através da dança: ‘oportunidade única’
Passista de Campinas consegue conhecer países através da dança: ‘oportunidade única’
Ter samba no pé é uma habilidade única, mas imagine combinar esse talento com a oportunidade de desbravar outros países por meio da dança? É o que uma passista de Campinas (SP) conseguiu fazer.
Foi com essa arte que a campineira Renata Vieira, de 34 anos, conheceu diferentes regiões do mundo, incluindo o Congo, no continente africano, Equador, na América do Sul, Itália, na Europa e Japão, na Ásia (assista ao vídeo acima).
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Início no samba 👯‍♂️
Antes mesmo dela nascer, o samba já estava por perto. É que a avó costurava para uma escola e a mãe também ajudava. Ambas colaboravam na organização da escola do São Bernardo, que também ficou conhecida como Princesa de Madureira.
Quando a família decidia se reunir aos fins de semanas, os tios de Renata tocavam instrumentos, o que acabava se transformando em um ‘grupo de samba’ familiar.
Na infância, por volta dos 5 anos, ela começou a se aproximar da dança. Aos 6, foi estudar jazz e ballet clássico e continuou por dois anos. Quando foi par uma escola pública, começou a fazer parte de um projeto social da Prefeitura de Campinas.
Passista de Campinas conhece países através do samba: ‘oportunidade única’
Arquivo pessoal
Já o samba começou um pouco mais tarde, quando estava com 15 anos. Renata participou do projeto social “Menina Bonita”, na Estação Cultural de Campinas, um programa que oferecia aulas de dança e outras atividades para jovens talentosos da comunidade.
Sob a orientação dos mentores, ela conseguiu aprimorar suas habilidades e desenvolveu sua identidade artística. Nascia uma passista.
Desafios além das fronteiras ✈️
Em 2008, quando ainda estava com 17 anos, a passista foi convidada para dançar na Itália. Na época, ainda adolescente, ela participou de festivais por quase dois anos em todo o país.
“Foi um teste que teve na Estação Cultura, eu passei na seleção e fiquei ensaiando durante um mês, um mês e meio, no Guarujá (SP), porque era tudo coreografado”, relata a passista
Passista de Campinas conhece países através do samba: ‘oportunidade única’
Arquivo pessoal
Em 2010, Renata alcançou um marco significativo em sua carreira ao ser coroada Rainha do Carnaval de Campinas, representando a Escola de Samba Unidos do Shangai. Logo após ser coroada, em 2011, foi para Congo, no continente africano representando a Escola de Samba Rosas de Ouro.
“Eu tinha duas atividades principais, uma era dar aula para as crianças carentes e a outra era fazer apresentações”.
A passista passou 45 dias no país africano, onde conheceu uma bailarina que a convidou para ir ao Japão. A desafiadora viagem para o continente asiático foi em 2014 para participar do Festival de Verão do país.
“Foi uma viagem bem cansativa, eu tive muita dificuldade na alimentação”, relembra a dançarina.
Cartaz anunciando show de Renata Vieira no Japão
Arquivo Pessoal
Apesar das dificuldades que passou no início por conta do fuso horário e diferença cultural, ela foi ao país por cinco anos seguidos.
Além de se apresentar como passista, as apresentações também contavam com jazz, dança afro e danças típicas do Brasil. “Eu gostei tanto de ir para o Japão, que eu fui em 2015, 2016, 2017 e 2018”.
No Brasil, em 2019, a dançarina foi rainha do City Banda Campinas, bloco de rua famoso e um dos mais tradicionais da metrópole campineira, que parou de realizar desfiles de rua em 2020.
Passista de Campinas conhece países através do samba: ‘oportunidade única’
Arquivo pessoal
Em 2020, ela foi convidada pelo grupo Momoking, para fazer o carnaval de rua no Equador. “Foi um carnaval meio tenso assim, mas eu gostei muito da oportunidade”, afirma. Lá ela ficou cerca de cinco dias.
“Foi uma oportunidade única, todo o aprendizado que eu tive na Itália, a realidade que eu vi na África, a cultura do Japão. Foi isso que me tornou a profissional que eu sou hoje. Eu sou muito grata pelas oportunidades que eu tive, que a dança, minha carreira artística, me proporcionou”, finaliza.
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