Organização do carnaval de rua de SP cobra da prefeitura ações em caso de fortes chuvas ou calor excessivo durante folia


Comissão e organizações ambientais citam mudanças climáticas como justificativas para pedidos como flexibilização de horários de saída de blocos e mudanças de datas. Prefeitura já anunciou que haverá distribuição de água. Bloco da Maria, da cantora Maria Rita, faz sua estreia no carnaval de rua de São Paulo em 2023 desfilando na Avenida Pedro Alvares Cabral em frente ao Parque do Ibirapuera na tarde deste domingo (12)
SUAMY BEYDOUN/AGIF – AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/AGIF – AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO
A comissão que organiza o carnaval de rua na cidade de São Paulo divulgou, nesta terça-feira (23), uma carta cobrando medidas da Prefeitura de São Paulo para amenizar eventuais problemas causados por fortes chuvas ou calor excessivo, eventos comuns ao período do ano em que ocorre a folia.
Também assinaram a carta organizações ambientais como o Greenpeace.
Entre os pontos pedidos, estão:
Distribuição gratuita de água potável
A organização cita o recente decreto do Ministério da Justiça e Segurança Pública, que foi publicado após a morte de uma fã de Taylor Swift no Rio de Janeiro. Ana Clara Benevides Machado teve uma exaustão térmica causada pelo calor e não resistiu.
O decreto obriga a distribuição gratuita de água em eventos feitos em dias de calor.
A Prefeitura de São Paulo já anunciou que vai adotar a medida por meio de uma parceria com a Sabesp. O secretário de Governo da capital, Edson Aparecido, confirmou a informação em entrevista ao SP2.
Água mais barata do que bebidas alcoólicas
Ainda citando o decreto do governo federal, o grupo pede que as autoridades realizem o acompanhamento dos preços da água mineral comercializada, “a fim de coibir aumento abusivo de preços e ônus excessivo aos consumidores”.
“As empresas patrocinadoras e centro de distribuição de bebidas, enquanto uma entidade privada que detém suas responsabilidades perante ao poder público, têm o papel importante nesse processo de recomendação e implementação dos preços mais acessíveis aos seus clientes no atacado e varejo”, diz a carta.
Flexibilização de horários de saída dos blocos
O grupo pede que haja flexibilidade nos horários de concentração e saída dos bloquinhos de rua em cenários de ondas de calor e chuvas intensas.
“Caso no horário da concentração as temperaturas estiverem no Estado de Alerta Máximo – quando as temperaturas superarem os 37°C — ou estejam ocorrendo chuvas intensas com ocorrências de alagamentos e enchentes, o bloco deve poder decidir atrasar a concentração ou a saída do desfile em algumas horas, com possibilidade de postergar para o período noturno, alterando a norma de proibição do som a partir das 18h estabelecida pela Guia de regras e orientações carnaval de rua 2024 em São Paulo”, diz o texto.
Novas datas
A organização do carnaval de rua também solicita novas datas para a folia “em caso de alertas altos ou muito altos emitidos pela Defesa Civil de São Paulo ou pela Coordenação Municipal de São Paulo” nos períodos de carnaval.
Também estão entre os pedidos a oferta de pontos de descarte de lixo e a criação de um gabinete de crise para atuar em casos de catástrofes ambientais.
O g1 entrou em contato com a Prefeitura de São Paulo e pediu posicionamento da gestão municipal em relação aos pedidos, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
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