Áreas protegidas da Amazônia têm o menor desmatamento em 9 anos


Desde 2014, o monitoramento por imagens de satélite do Instituto de Pesquisa do Imazon não registrava uma redução tão expressiva. Áreas protegidas da Amazônia têm o menor desmatamento em 9 anos
Jornal Nacional/ Reprodução
Em 2023, o desmatamento em áreas protegidas da Amazônia foi o menor desde 2014.
É um respiro da floresta depois de muita destruição. Desde 2014, o monitoramento por imagens de satélite do Instituto de Pesquisa do Imazon não registrava uma redução tão expressiva em áreas protegidas.
O desmatamento em terras indígenas caiu 52%. Já em unidades de conservação da Amazônia, a devastação teve queda ainda maior: 77%. Nas duas áreas juntas, o desmatamento é o menor, em nove anos, com uma redução de 73%.
“Isso se dá muito devido às ações de fortalecimento dos órgãos que são responsáveis por essa fiscalização do desmatamento. É necessário continuar essas ações para poder garantir que o desmatamento ele continue reduzindo, porque nós temos uma meta de desmatamento zero até o ano de 2030”, explica a pesquisadora do Imazon Larissa Amorim.
O levantamento do Imazon também mostrou que, dos nove estados que compõem a Amazônia Legal, a derrubada de árvores subiu em apenas três: Pará, Amazonas e Mato Grosso.
O monitoramento feito por satélites também traz um alerta. A redução do desmatamento ainda não é suficiente para amenizar a preocupação com a Amazônia. É preciso lembrar que todos os dias, a derrubada de árvores representa uma área equivalente a 1.100 campos de futebol. Reforçando, isso ainda acontece todos os dias.
A degradação – que é quando o terreno sofre desgaste e o solo fica pobre, sem nutrientes – é outro ponto preocupante. Dezembro de 2023 foi o terceiro mês de aumento consecutivo. Os especialistas dizem que pode ter relação com a seca e o aumento das queimadas.
Em dezembro de 2023, o índice de degradação foi dez vezes maior do que o de desmatamento. E a situação é crítica em pelo menos três territórios indígenas. Em Igarapé Lage, em Rondônia, e nos territórios Waimiri Atroari, na divisa do Amazonas com Roraima, o desmatamento cresceu 300%. Os yanomami também entraram nessa lista: 150% a mais de desmatamento na comparação entre 2022 e 2023.
“O fato de o desmatamento ter diminuído em 2023 não recupera o desmatamento que já ocorreu no ano de 2022. Para que as florestas da Amazônia consigam se recuperar é necessário que o ritmo do desmatamento continue diminuindo e que novas áreas de desmatamento não sejam abertas”, diz afirma Larissa Amorim.
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