Exame do toque retal é pouco eficaz no diagnóstico de câncer de próstata

Exame do toque retal é pouco eficaz no diagnóstico de câncer de próstataFidel Forato

Como e quando é necessário fazer exames para diagnosticar o câncer de próstata precocemente? Essas duas questões ainda provocam debates na comunidade médica, mas começa a se fortalecer o entendimento de que o exame de toque retal não é a melhor alternativa para detectar casos antes dos primeiros sintomas.

Nos últimos dias, mais um estudo aponta para a baixa eficácia do exame de toque no diagnóstico deste tipo de câncer, que é um dos mais comuns em homens. É a pesquisa da Universidade Médica de Viena, na Áustria, publicada na revista European Urology Oncology.

Anteriormente, especialistas já explicaram ao Canaltech que o exame de toque não é considerado a primeira opção para diagnosticar o câncer de próstata. Mas ainda pode ser solicitado em casos específicos, como na avaliação do tamanho da glândula do sistema reprodutor masculino.

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Eficácia do exame de toque

Nas triagens convencionais para o câncer de próstata, é possível que o paciente precise fazer tanto o exame de toque quanto o PSA (Antígeno Prostático Específico) — um tipo de exame de sangue.

Entretanto, durante a revisão sistemática e meta-análise — um tipo de estudo que analisa outras pesquisas sobre o mesmo tema — da equipe de Viena, os autores concluíram que o exame de toque não demonstra boa eficácia sozinho e nem acompanhado do PSA. Isso na ausência de sintomas e de outros sinais específicos.

Para chegar a estas conclusões, os pesquisadores revisaram dados divulgados em oito estudos clínicos diferentes, o que englobou mais de 85 mil homens. Na comparação, o PSA foi mais promissor na detecção do câncer.

“Os resultados dos estudos incluídos sugerem que, na ausência de sintomas e sinais clínicos, o toque retal poderia ser potencialmente omitido da triagem para o câncer de próstata e das estratégias de detecção precoce”, afirmam os autores, no artigo.

Cabe destacar que, no ano passado, pesquisadores do do Centro Alemão de Pesquisa do Câncer (Dkfz), chegaram à mesma conclusão: o teste de PSA é mais preciso na detecção precoce. Neste caso, o exame de sangue foi quatro vezes mais assertivo.

Formas de diagnóstico do câncer de próstata

No caso do câncer de próstata, vale lembrar que, além do toque retal e do PSA, o urologista pode recorrer a um ultrassom ou mesmo ressonância magnética para analisar a condição. No entanto, o diagnóstico só tende a ser fechado após a biópsia.

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