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Idosos e doentes crônicos são os mais prejudicados pela falta de medicamentos em vários postos da cidade. Prefeitura do Rio informou que houve uma migração de diversos remédios para o Programa Farmácia Popular, do Governo Federal. Faltam medicamentos nas farmácias da rede pública de saúde do Rio; paciente aguarda remédio há 6 meses
Alguns pacientes atendidos pela rede pública de Saúde do Rio estão há seis meses sem conseguir encontrar os remédios necessários para seus tratamentos. O RJ2 visitou vários postos do município e comprovou a falta de medicamentos nas farmácias administradas pela prefeitura.
“A gente depende dos remédios. Minha mãe ta sem remédio, meu marido ta sem remédio de diabete. Nem dipirona tem”, comentou Marluce Helena.
“A gente não precisava passar por isso. Você vê a minha situação. Se eu comprar comida, eu não compro remédio, se eu não comprar remédio, eu não compro comida”, disse Elza Maria de Jesus.
A aposentada Elza Maria está no grupo das pessoas mais afetadas pela falta de medicamentos na rede do município. Ela venceu uma batalha que durou cerca de 10 anos.
O RJ2 contou a história de Elza, que ficou por quase uma década sem andar, esperando por uma cirurgia no joelho.
Faltam medicamentos nas farmácias da rede pública de saúde do Rio
Reprodução TV Globo
O drama acabou e atualmente a aposentada consegue descer e subir as escadas do seu prédio. Contudo, ela ainda precisa dos remédios básicos, de uso contínuo, para manter a saúde em dia.
Cidade desabastecida
O problema da falta de remédios se repete em vários bairros do Rio. Os principais prejudicados são os idosos e os doentes crônicos.
No Centro Municipal de Saúde, em Santa Cruz, na Zona Oeste, tem paciente esperando há seis meses. Dona Márcia chegou na unidade com três receitas e foi embora do jeito que chegou, sem os remédios.
“Ela tem pressão alta e tem tonteira. Tudo é remédio controlado que ela toma. Não tinha nenhum na farmácia. Nunca chega”, comentou José Cesário, filho de Márcia.
“A sensação é de inoperância da prefeitura. As pessoas vêm pra buscar um remédio e não tem. Aí eu fico pensando: ‘e quem não tem o dinheirinho no bolso pra comprar?’. Morre?”, comentou Tércio Junior.
O que diz a Prefeitura do Rio
Em nota, a Prefeitura do Rio de Janeiro, através da Secretaria Municipal de Saúde, informou que houve uma migração de diversos medicamentos para o programa Farmácia Popular, do Governo Federal.
Segundo o município, por isso, os alguns remédios não fazem mais parte da grade de distribuição da Clínica da Família. Entre eles, estão remédios para diabetes e hipertensão.
Quanto aos medicamentos de atenção primária, a Secretaria Municipal de Saúde disse que finalizou o processo de compra e vários itens já foram entregues nas unidades. A secretaria afirmou que outros serão repostos nos próximos dias.