
A crescente popularização dos ativos digitais trouxe novas oportunidades para investidores, mas também ampliou a atuação de golpes financeiros. Um dos esquemas mais comuns no setor de criptomoedas é o rug pull, expressão que pode ser traduzida como “puxada de tapete”. A prática ocorre quando os desenvolvedores de um projeto criam um token, promovem sua valorização e, em determinado momento, vendem suas participações, causando uma forte queda no valor do ativo.
Embora esse tipo de fraude tenha registros desde 1928, o cenário atual de investimentos descentralizados e sem regulamentação facilitou sua disseminação. Em diversos casos, os responsáveis utilizam estratégias de marketing agressivo, associando-se a celebridades, políticos ou tendências de mercado para atrair novos compradores.
Como funciona o esquema do Rug Pull?
O rug pull segue um padrão repetitivo: inicialmente, um novo token digital é lançado com uma divulgação expressiva, destacando supostos benefícios e possibilidades de valorização. A criptomoeda é promovida por meio de redes sociais e plataformas voltadas ao setor, estimulando o interesse do público.
Os criadores, que geralmente detêm uma parcela significativa da oferta, aguardam a entrada de investidores. Com o aumento da demanda, o valor do ativo sobe rapidamente. Quando o preço atinge um nível elevado, os responsáveis pela emissão do token liquidam suas participações, embolsando os lucros e abandonando o projeto. O resultado é uma desvalorização abrupta, deixando os investidores sem qualquer proteção contra as perdas.
No caso mais recente, a criptomoeda $LIBRAS, promovida pelo presidente da Argentina, Javier Milei, apresentou um padrão semelhante.
Como identificar e evitar fraudes?
Diante da recorrência desse tipo de golpe, investidores precisam adotar algumas precauções antes de adquirir criptomoedas emergentes. O primeiro alerta ocorre quando um novo ativo surge sem anúncios prévios na imprensa especializada ou sem informações detalhadas sobre sua finalidade. Além disso, a análise da distribuição de tokens é essencial. Quanto maior a concentração nas mãos dos fundadores, maior o risco de um rug pull.
Outro fator relevante é a liquidez do ativo. Projetos menores costumam ser listados exclusivamente em corretoras descentralizadas (DEXs), que não realizam verificações aprofundadas sobre a confiabilidade dos tokens. Nesses casos, a ausência de controle facilita golpes financeiros.
Avaliar o histórico dos desenvolvedores do projeto também é um passo importante. Equipes com experiência comprovada no setor oferecem mais segurança do que iniciativas sem informações transparentes.
Mercado e regulamentação
A falta de normativas específicas para o setor de ativos digitais torna esse tipo de golpe um desafio para autoridades financeiras. Alguns países já iniciaram processos de regulamentação para garantir maior transparência e reduzir riscos, mas o avanço dessas políticas ainda ocorre de forma gradual.
No Brasil, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e o Banco Central monitoram o mercado, mas ainda não há uma regulação específica para tokens emergentes. Enquanto isso, especialistas recomendam que investidores adotem medidas preventivas para minimizar riscos e evitar perdas decorrentes de esquemas fraudulentos.
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