Taiwan aposta em drones marítimos inspirados na Ucrânia para conter China

Em resposta às crescentes ameaças de Pequim, Taiwan intensifica o desenvolvimento de drones marítimos letais, inspirado no uso eficaz dessas plataformas pela Ucrânia contra a Rússia. Pequenas embarcações não tripuladas, carregadas com explosivos, estão sendo testadas nos portos nacionais e representam uma nova fronteira na “guerra assimétrica” contra uma possível invasão chinesa.

O projeto, apelidado de “Swift and Sudden”, está sob responsabilidade do Instituto Nacional Chung-Shan de Ciência e Tecnologia, com um orçamento inicial de cerca de T$ 800 milhões (US$ 26,8 milhões), já incluído no próximo pacote especial de defesa. O ministro da Defesa, Wellington Koo, confirmou que os recursos adicionais serão alocados ainda este ano.

Empresas locais como a Thunder Tiger testam modelos como o SeaShark 800, capaz de transportar até 1.200 kg de explosivos e navegar por 500 km, apostando na imprevisibilidade para induzir riscos no Estreito de Taiwan. A fabricante enfatiza que “ninguém sabe onde esses perigos podem emergir”, destacando sua utilidade como elemento surpresa.

O sucesso dos drones ucranianos no Mar Negro, que danificaram a frota russa, serve como modelo inspirador. Legisladores taiwaneses e autoridades militares reforçam que veículos não tripulados podem dissuadir a China sem transferir o papel de agressores a Taiwan.

Além da Thunder Tiger, outras empresas como Lungteh Shipbuilding e Huntington Ingalls participarão de exposições programadas para demonstrar o potencial das embarcações não tripuladas, reforçando a cooperação público-privada

Analistas afirmam que, mesmo que Taiwan não tivesse forças convencionais comparáveis à da China, sua estratégia de guerra assimétrica — combinando drones aéreos, marítimos e minas — pode elevar significativamente o custo de qualquer incursão.

Enquanto isso, vozes no exterior também endossam a nova postura do país: o ex-CEO do Google Eric Schmidt sugeriu o uso de “barcos kamikaze” como defesa eficaz e barata contra uma invasão chinesa, lembrando o exemplo ucraniano.

FONTE: Reuters

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