
Flavia Szafir Zvi se causou com um israelense e teve dois filhos no país. A família se abriga em um “quarto de segurança” com paredes reforçadas e janelas de ferro durante conflitos no Oriente Médio. Brasileira se abriga em quarto de segurança dentro de closet durante bombardeios em Israel
Arquivo Pessoal/Flavia Szafir e AP/Tomer Neuberg
Em Israel, no Oriente Médio, o closet da santista Flavia Szafir Zvi se tornou o refúgio dela e da família durante os bombardeios iranianos. Isso porque o espaço foi transformado em um “quarto de segurança”, segundo ela, com paredes reforçadas e janelas de ferro para abrigo em períodos de conflito. Ao g1, a auxiliar de professora contou que não tem medo do futuro, mas o cenário é de tensão no país.
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O ataque ocorre em meio à escalada do conflito entre os dois países, intensificada após uma série de trocas de ataques aéreos e drones nos últimos dias. Desde a guerra entre Israel e o Hamas, iniciada em outubro de 2023, o Irã — aliado do grupo palestino — tem reforçado seu apoio a milícias na região, enquanto Israel passou a mirar diretamente infraestruturas militares iranianas.
Flavia nasceu em Santos, no litoral de São Paulo, mas foi para Israel há 30 anos. Ela se casou com um israelense e teve os dois filhos adultos no país. Atualmente, a família mora em Ness Ziona, cidade que fica a uma distância de aproximadamente 25 km de Tel Aviv, capital israelense.
Ao g1, a auxiliar de professora contou que as aulas foram suspensas e não há data para retornar. Já os filhos trabalham em home office. Desta forma, o único que precisa sair para trabalhar é o marido, que atua no ramo de alimentação.
“O sentimento é de tensão e sem rotina certa. Para famílias com crianças pequenas, é mais complicado. Mas não temos medo da situação. Temos exército e artilharia e, claro, a aviação israelense”, disse, em entrevista ao g1.
Flavia não chegou a fazer um estoque de comida em casa, mas reforçou as compras no supermercado para garantir alimentação da família. Apesar do cenário de incertezas, ela é otimista sobre o futuro. “O país está se defendendo e assim venceremos”, afirmou.
Quarto de segurança
O quarto de segurança no closet de Flavia é equipado com cadeiras para acomodar os familiares. No entanto, a brasileira também colocou bolachas e água no espaço para casos de emergência, pois a família já precisou ir ao local durante a madrugada.
Segundo a auxiliar de professora, as sirenes tocam quando é o momento de se abrigar. “Entre 15 ou 20 minutos antes dos bombardeios, recebemos um aviso no celular para ficarmos perto de bunker se estivermos na rua, ou no quarto de segurança, se estivermos em casa”, ressaltou.
Conflito
O conflito entre os países no Oriente Médio tem o ponto de partida em abril de 2024, quando Israel bombardeou a embaixada do Irã na Síria. Depois disso, Israel executou o líder do Hezbollah, provocando uma resposta do regime iraniano que, em outubro do ano passado, lançou mais de 200 mísseis sobre o território de Israel.
A escalada da tensão voltou a acontecer, dessa vez motivada pelo fortalecimento do arsenal nuclear por parte do Irã. O país prometeu aumentar “significativamente” sua produção de urânio enriquecido.
O anúncio aconteceu logo após um conselho da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão regulador de energia nuclear da ONU, adotar uma resolução que condena o Irã e o acusa de violar obrigações de não proliferação nuclear pela primeira vez em quase 20 anos.
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Na quarta-feira (11), os Estados Unidos tinham começado a esvaziar embaixadas no Oriente Médio devido ao risco de ataques entre os dois países causarem distúrbios na região. Na noite desta quinta-feira (12), a Força Aérea Israelense realizou um ataque aéreo em direção ao Irã.
O ataque matou o chefe da Guarda Revolucionária do Irã, Hossein Salami, e o chefe das Forças Armadas do país, Mohammad Bagheri, além de dois cientistas nucleares. O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, disse que Israel iniciou uma guerra e que receberá um “destino amargo”.
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Editoria de arte do g1
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