Comerciante muda a localização de loja de fogos para atender às normas em Feira de Santana

Todos os anos o mês de junho dá sinais que está se aproximando através de diversas formas. Seja pelo cheiro das comidas típicas, a presença constante de um bom arrasta-pé ou pelo friozinho característico, uma coisa é certa: todo bom nordestino sabe quando o São João está chegando.

Mas neste ano, em Feira de Santana, a ausência do som e do brilho dos fogos de artifício atiçou a curiosidade dos admiradores de um bom estouro. Sabendo que as barracas para venda de fogos de artifício são uma marca registrada de toda festa junina, o Acorda Cidade resolveu colocar o pé na estrada e entender por que muitos comerciantes mudaram o local de seus pontos de venda.

Mudança

Dona Maria Rúbia é proprietária de uma loja de fogos de artifício que era muito popular por ficar na Avenida Noide Cerqueira. Ao Acorda Cidade, a empresária contou que, no caso dela, a mudança de local foi incentivada também pela vontade de estar apta a atender todos os critérios estabelecidos em leis e normas para a comercialização dos materiais.

Dona Maria Rúbia, proprietária de uma loja de fogos de artifício
Dona Maria Rúbia, proprietária de uma loja de fogos de artifício | Foto: Ed Santos / Acorda Cidade

Ela explicou que, antes de se mudar para o atual ponto, na Avenida Sérgio Carneiro, ela estava vendendo os fogos no Parque de Exposições João Martins da Silva. Maria revelou que a prefeitura de Feira de Santana determinou que os comerciantes fossem para lá por entender que a área fornecia uma melhor estrutura para a comercialização dos fogos.

“Mas hoje, sim, estamos em uma sede própria e que está dentro de todos os padrões e obedecendo todas as leis do Corpo de Bombeiros, da Polícia Civil, de todos os órgãos que necessitam. Nós necessitamos dessa documentação. Ela abrange e está legalmente para o funcionamento aqui nesse local”, disse.

Responsabilidade

Rúbia revelou que, para estar apta a vender os fogos de artifício, passou por uma vistoria criteriosa com diversos órgãos de fiscalização para ver se estava realmente seguindo todas as determinações de segurança. Segundo a comerciante, a loja dela foi visitada pelo Procon [Programa de Proteção e Defesa do Consumidor], a Draco [Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas ou Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado], a Secretaria da Fazenda, o Corpo de Bombeiros, Polícia Civil e Exército, todos de uma vez só.

“Graças a Deus, não encontraram nada de irregular. Tudo ok. Os documentos estavam todos em dia, tudo dentro da norma. Tanto é que nós estamos funcionando. Se tivesse tido alguma coisa anormal, geralmente eles lacram a loja, tem algumas coisas, mas aqui, graças a Deus, foi tudo normal.”

Os fogos

A comerciante contou que a loja trabalha com fogos que vão de R$ 3,00 até R$ 2 mil e que, apesar de todos os anos ser meio que obrigada a trazer novidades, que geralmente chamam a atenção da garotada, nenhum novato rouba o prestígio do ‘traque de massa‘ e da ‘chuvinha‘, os dois tipos de fogos de artifício mais vendidos todos os anos.

Dona Maria revelou que, apesar de querer sempre bater o faturamento do ano anterior, está sempre preocupada com a integridade dos compradores.

“Isso é o mais importante. A nossa preocupação maior é justamente de orientar as pessoas como devem usar os fogos. Para isso, nós treinamos os nossos vendedores desde maio, passando para eles qual tipo de fogos vender, para qual idade, ensinar como deve manusear e como deve usar os fogos.”

Os tipos de fogos

Rúbia contou que o primeiro passo para brincar com os fogos de artifício da maneira correta é saber em qual classificação cada equipamento se enquadra e respeitar a recomendação, caso não seja indicado.

A comerciante revelou que existem quatro categorias (A, B, C e D) e que o ideal é sempre utilizar com uma pessoa mais experiente e, no caso de crianças, independentemente da idade, sempre ser acompanhado por um adulto.

Categoria dos fogos

Tipo A: Fogos de vista, sem estampido, ou com pouco estampido, com pouca ou nenhuma pólvora. São os fogos mais simples, indicados para qualquer situação e podem ser manuseados até por crianças, desde que supervisionadas por adultos. Exemplos incluem estalos de salão, estrelinhas, fumaças coloridas e chuvinhas de ouro.

Tipo B: Fogos com estampido leve, contendo entre 21 a 25 centigramas de pólvora. Exemplos são “potsafeu”, “morteirinhos de jardim” e “serpentes voadoras”. Podem ser manuseados por maiores de 12 anos na presença de um adulto.

Tipo C: Fogos com estampido mais forte, contendo de 25 centigramas até 2,5 gramas de pólvora, incluindo foguetes com ou sem flecha e rojões. São vendidos apenas para maiores de 18 anos.

Tipo D: Fogos profissionais, com mais de 2,5 gramas de pólvora, como baterias, morteiros com tubos de ferro e foguetes com bombas maiores que 8 gramas. A venda é proibida para menores de 18 anos e o uso deve ser autorizado pelas autoridades competentes, geralmente operados por profissionais qualificados.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

Reportagem escrita pelo estagiário de jornalismo Jefferson Araújo sob supervisão

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