
A publicação da versão 1.10 da Nota Técnica nº 2025/002 trouxe mudanças significativas para a emissão de documentos fiscais eletrônicos no Brasil, especialmente no contexto da Reforma Tributária. Com a introdução de novos campos e regras para a Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) e a Nota Fiscal de Consumidor Eletrônica (NFC-e), empresas de diferentes portes precisarão se adaptar a um cenário fiscal em transformação. A transição envolve não apenas alterações técnicas, mas também novos prazos e obrigações para contribuintes do Simples Nacional, microempreendedores individuais (MEIs) e demais empresas.
O novo texto, divulgado pelo Portal da Nota Fiscal Eletrônica, detalha as etapas de implementação e esclarece como a convivência entre os tributos atuais e os novos Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) ocorrerá nos próximos anos. Pequenas e microempresas, em especial, contarão com um cronograma de adaptação que se estende até 2032, permitindo uma transição mais gradual e planejada.
Quais são as principais mudanças na emissão de NF-e e NFC-e?
Entre as novidades mais relevantes, destaca-se a inclusão de campos específicos para IBS e CBS nos layouts dos documentos fiscais eletrônicos. Essa atualização exige que os sistemas emissores sejam reconfigurados para atender às novas exigências legais, substituindo gradualmente tributos como ICMS, ISS, PIS e Cofins. Além disso, foram criadas novas categorias de débito na finalidade “Nota de débito”, com códigos destinados a operações de pagamento antecipado e perdas em estoque, o que aprimora o detalhamento das transações e facilita a apuração tributária.
Outro ponto importante é o tratamento diferenciado para empresas do Simples Nacional e MEIs. Durante o ano de 2026, esses contribuintes estarão dispensados de preencher os campos referentes a IBS e CBS, conforme previsto na legislação vigente. A obrigatoriedade passa a valer a partir de janeiro de 2027, permitindo um período de adaptação para atualização de sistemas e capacitação das equipes envolvidas.
Como a transição afeta diferentes perfis de contribuintes dos MEIs?
O impacto das mudanças varia conforme o regime tributário e o porte da empresa. Para o Simples Nacional, a dispensa temporária em 2026 representa uma redução da complexidade operacional no curto prazo, mas exige planejamento para o início da obrigatoriedade em 2027. Microempreendedores individuais, que frequentemente utilizam emissores gratuitos e dispositivos móveis, precisarão de atenção especial para compreender os novos campos e evitar rejeições na emissão de NFC-e.
Empresas enquadradas no lucro presumido ou real já terão que se adequar às novas regras a partir de 2026, o que demanda atualização imediata dos sistemas de gestão e integração contábil. Para todos os perfis, a correta classificação das operações e o registro de eventos, como o de “Não ocorrência de fornecimento com pagamento antecipado”, tornam-se essenciais para garantir a conformidade fiscal e evitar penalidades.

Quais são os desafios para contadores e provedores de software ?
Os profissionais de contabilidade e as empresas desenvolvedoras de sistemas emissores enfrentam o desafio de implementar rapidamente as alterações exigidas pela Nota Técnica nº 2025/002. Entre as principais tarefas estão a inclusão dos novos grupos de informações no XML dos documentos fiscais, a validação das regras estabelecidas e a assinatura digital de eventos obrigatórios. O treinamento das equipes de faturamento também se mostra fundamental, já que a correta identificação dos tipos de débito e o momento adequado para registrar eventos são pontos críticos para o sucesso da transição.
- Monitoramento constante: acompanhar publicações de notas técnicas e atos legais para manter os sistemas atualizados.
- Planejamento tributário: mapear operações e revisar contratos para ajustar cláusulas em função das mudanças tributárias.
- Comunicação eficiente: alinhar informações com clientes e fornecedores sobre as novas exigências e procedimentos.
O que acontece em caso de descumprimento das novas regras dos MEIs?
O não atendimento às exigências estabelecidas pode resultar em rejeição de documentos fiscais, aplicação de multas e autuações. Erros comuns incluem a omissão de informações obrigatórias sobre IBS e CBS, classificação inadequada de pagamentos antecipados e falha no registro de eventos de não ocorrência. Para evitar esses problemas, recomenda-se a atualização constante dos sistemas emissores, a automatização de processos e o acompanhamento rigoroso das normas em vigor.
- Atualizar o schema XML conforme as novas especificações.
- Utilizar corretamente os códigos de débito, especialmente para pagamentos antecipados.
- Automatizar o envio de eventos obrigatórios para garantir rastreabilidade.
O período de transição previsto até 2032 exige atenção contínua das empresas e profissionais envolvidos com a emissão de documentos fiscais eletrônicos. A adoção de boas práticas, o investimento em capacitação e a atualização tecnológica são medidas essenciais para garantir o cumprimento das obrigações e evitar riscos fiscais durante a implementação da Reforma Tributária.
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