
A governança de dados é um pilar estratégico da sustentabilidade corporativa e dos princípios ESG. A afirmação foi debatida durante um painéis do terceiro dia da conferência Sustentabilidade Brasil 2025. Nesse sentido, para a especialista Emília Minieri, a aplicação de inteligência artificial e rastreabilidade pode transformar a forma como as empresas – inclusive as micro e pequenas – lidam com seus impactos ambientais, sociais e de governança.
“Você precisa de dados de qualidade para gerar novos negócios e evitar prejuízos. Se não tem precisão, seu futuro será incerto. Governança de dados é essencial”, alertou.
Isso se encaixa perfeitamente também nas micro e pequenas empresas. O ponto de partida é a ética e a qualidade da informação. Comece pelo básico: como você nomeia suas pastas, quem tem acesso, qual é o destino da informação? Parece simples, mas é aí que começa a estratégia. Emília Minieri, especialista em ESG, dados e inovação
Segundo ela, dados bem organizados podem permitir até mesmo análises ambientais de fornecedores bem como tomadas de decisão mais responsáveis. Mesmo em negócios familiares.
Participaram do painel Governança de Dados, Tecnologias e o Futuro da Sustentabilidade Corporativa, ainda, a engenheira química Gabryella Cerri, coordenadora de Sustentabilidade da Capricórnio Têxtil e Sandro Benelli, professor de ESG na FGV e na USP/Esalq.
ESG e licenciamento ambiental
Além do painel sobre tecnologia e ESG, o dia foi marcado por uma conversa estratégica sobre licenciamentos ambientais, conduzida pelo presidente do Iema-ES, Mário Louzada. Do mesmo modo à frente do painel estava o secretário de Estado do Meio Ambiente, Felipe Rigoni. Louzada destacou a importância da gestão ambiental compartilhada entre instâncias. “Se faltar a perna que tem maior capilaridade, que é a municipal, a gestão não acontece. Ou seja, fortalecer os municípios é essencial para que o estado avance na política ambiental”, afirmou.
Rigoni aproveitou a ocasião para lembrar que o Espírito Santo é o único estado brasileiro com 100% dos municípios habilitados para realizar licenciamentos ambientais. “É um pioneirismo que se dá graças a esse tipo de articulação. Temos programas como o Reflorestar, o Proesam e o Pet Vida que fazem a diferença. Agora, queremos ampliar ainda mais nosso impacto, inclusive nas zonas de amortecimento das Unidades de Conservação”, explicou.
Carina Prado, secretária de Meio Ambiente de Piúma, ressaltou como esses eventos voltados ao ESG fortalecem a conexão entre instâncias e impulsionam boas práticas. “É na proximidade com a Secretaria Estadual e com o Iema que a gestão ambiental municipal se qualifica. A população, o meio ambiente e os próprios gestores ganham com isso”, comentou. Ela reforçou que os municípios precisam desse apoio técnico para alinhar suas políticas ao desenvolvimento sustentável.
Já o secretário de Vargem Alta, Helimar Rabello, elogiou a abertura promovida pela conferência e o investimento estadual em capacitação e em ESG. “A aproximação com o Iema e a Semma é fundamental. O governo do Estado tem nos dado suporte técnico com cursos e programas como o Pet Vida. É esse tipo de apoio que incentiva melhorias contínuas na gestão ambiental municipal”, finalizou.