
As Forças Armadas do Irã retaliaram na tarde desta sexta-feira (13) os bombardeios israelenses contra seu programa nuclear com a disparada de mais de 150 mísseis balísticos contra Israel, em duas barragens de disparos.
Ao menos sete deles atingiram o centro de Tel-Aviv e 15 pessoas ficaram feridas. Os mísseis tentaram atingir a sede do Ministério da Defesa de Israel, que fica no centro da cidade.
A maioria desses mísseis foram interceptados pelo sistema de defesa aérea israelense, que contou com o auxílio de militares americanos. O Exército israelense orientou a população a entrar nas áreas protegidas e permanecer lá até novo aviso.
O ministro da Defesa, Israel Katz, disse que o Irã ultrapassou os limites ao ousar disparar mísseis contra concentrações de população civil em Israel. “Continuaremos a defender os cidadãos de Israel e a garantir que o regime do aiatolá pague um preço muito alto por suas ações hediondas”, disse.
Mais cedo, o premiê israelense, Benjamin Netanyahu disse que esperava um contra-ataque iraniano.
Netanyahu disse: “Eu lhes digo que haverá. Atingimos uma parte considerável da liderança militar iraniana e dos cientistas nucleares que lideram seu programa nuclear. Isso foi uma surpresa para eles”, disse em comunicado.
Resposta iraniana
O regime iraniano confirmou o ataque. “Há poucos instantes, com o lançamento de centenas de mísseis balísticos diversos em direção aos territórios ocupados, teve início a operação de resposta decisiva ao ataque selvagem do regime sionista”, disse a agência estatal Irna em comunicado.
Mais cedo, o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, afirmou que a resposta do Irã será dura e o destino de Israel, doloroso e amargo, após os bombardeios contra alvos militares e nucleares persas.
“À grande nação iraniana, o regime sionista cometeu com sua mão maligna e sangrenta um crime em nosso querido país e revelou ainda mais sua natureza perversa ao atacar áreas residenciais. Eles devem esperar uma resposta dura”, disse o aiatolá.
Israel mirou alvos nucleares e líderes militares
Israel bombardeou diversos alvos no Irã, no que chamou de “ataques preventivos” em meio ao acirramento das tensões no Oriente Médio.
Os ataques começaram na noite de quinta-feira, 12 (horário do Brasil), e continuaram nesta sexta-feira, 13. Foi uma grande operação contra a alta cúpula do país persa e o programa nuclear do Irã.
Israel atacou a principal instalação de enriquecimento nuclear do Irã em Natanz, atingindo um complexo subterrâneo que abrigava centrífugas.
Tel-Aviv também atacou pelo menos seis bases militares ao redor da capital, Teerã, residências em dois complexos de alta segurança para comandantes militares e vários prédios residenciais ao redor de Teerã, de acordo com informações do The New York Times.
Morte de líderes iranianos
Os ataques mataram três dos principais líderes da Guarda Revolucionária do Irã e cientistas ligados ao programa nuclear da teocracia.
O major general Mohammad Bagheri, chefe de Estado-Maior das Forças Armadas e o segundo comandante mais alto do Irã depois do líder supremo aiatolá Ali Khamenei, foi morto no bombardeio.
Bagheri se destacou na Guarda Revolucionária durante a guerra Irã-Iraque e foi nomeado chefe do Estado-Maior em 2016. Este é o cargo militar mais alto do país.
O general Hossein Salami também foi morto durante a madrugada. Ele se destacou na guerra Irã-Iraque e se tornou vice-comandante militar em 2009.
Dez anos depois, ele foi anunciado como chefe da Guarda Revolucionária do Irã e desempenhou um papel fundamental na política externa do Irã.
Salami havia sido sancionado pela ONU e pelos EUA por seu envolvimento nos programas nuclear e militar do Irã.
Outros dois militares foram mortos por Israel. O general Gholamali Rashid, comandante-chefe adjunto das Forças Armadas, e o general Amir Ali Hajizadeh, chefe do programa de mísseis da Guarda Revolucionária do Irã.
Cientistas nucleares iranianos também foram mortos
Segundo a agência iraniana Tasnim, Israel matou seis cientistas iranianos.
Entre eles estão Fereydoun Abbasi, ex-chefe da Organização de Energia Atômica do Irã, e Mohammad Mehdi Tehranchi, físico teórico e presidente da Universidade Islâmica Azad em Teerã.
EUA mandam navios de guerra para a região
Os Estados Unidos anunciaram o envio de navios de guerra e outros recursos militares americanos no Oriente Médio para ajudar a proteger Israel da retaliação iraniana.
O contratorpedeiro USS Thomas Hudner recebeu ordens para se deslocar para a costa oriental do Mediterrâneo, e um segundo contratorpedeiro deverá segui-lo. A Força Aérea também enviará mais caças para a região.