
Um avião da Air India com 242 passageiros caiu na manhã desta quinta-feira (12) próximo ao aeroporto de Ahmedabad, no oeste da Índia.
A aeronave, que seguia para o terminal de Gatwick, em Londres, caiu logo após decolar, segundo a autoridade de aviação do país. Ainda não há informações oficiais sobre o número de vítimas e a causa do acidente.
O acidente ocorre em um momento de expansão da aviação indiana: com uma população de aproximadamente 1,438 bilhão de pessoas, segundo dados de 2023 do Banco Mundial, o país é hoje o terceiro maior mercado de aviação doméstica do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e da China. A informação é do OAG (Aviation Originators Group), um provedor global de dados de viagens com sede no Reino Unido.
Setor em crescimento
Segundo o OAG, o país registrou uma capacidade doméstica de 15,6 milhões de assentos em abril de 2024, que é quase o dobro dos 8 milhões notificados em abril de 2014.
O crescimento anual médio da aviação doméstica indiana foi de 6,9% na última década. O índice se destaca entre os cinco mercados analisados pela OAG (Índia, China, EUA, Indonésia e Brasil). Um dos principais motivos do avanço são as companhias de baixo custo, que foram 78,4% da capacidade doméstica em abril desse ano, a maior proporção entre os países do levantamento.
O setor tem raízes mais antigas. A história da aviação indiana começou em 1932, com a fundação da Tata Airlines por J.R.D. Tata, companhia que mais tarde se tornaria a estatal Air India.
Após décadas sob controle do governo, a Air India foi privatizada novamente em outubro de 2021, quando foi vendida de volta ao grupo Tata por US$ 2,4 bilhões (R$ 13,31 bilhões na cotação atual).
Hoje, a Índia possui mais de 400 aeroportos e pistas de pouso, mas apenas 133 estão em operação, conforme dados da Statista. Até 2013, o desenvolvimento desses aeroportos era responsabilidade exclusiva da Autoridade de Aeroportos da Índia.
Com a liberalização econômica, o setor passou a atrair investimentos privados, com incentivos como isenção de impostos por dez anos e autorização de 100% de investimento estrangeiro direto (IED) em projetos greenfield e 79% em projetos brownfield.
Para democratizar o acesso ao transporte aéreo, o governo lançou o programa de conectividade regional UDAN (Ude Desh ka Aam Nagrik), que investiu bilhões de rúpias na ampliação da malha aérea para cidades menores e regiões turísticas.
O programa inclui aviões, helicópteros e até hidroaviões. Em 2020, a Índia inaugurou seu primeiro serviço regular de hidroavião. A empresa SpiceJet venceu a licitação para operar oito rotas.
Informações do tráfego aéreo na Índia
Hoje, as principais companhias aéreas privadas do país são IndiGo e a Vistara, que lideram o mercado doméstico após o encerramento das operações da Jet Airways em 2019.
O Aeroporto Internacional Indira Gandhi, em Nova Délhi, é o principal espaço da aviação indiana, líder tanto em volume de passageiros quanto em conexões internacionais.